sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

XÔ, PRECONCEITO!!!

Esses dias recebi uma indicação de blog que me deixou mais do que impressionada. Me deixou feliz.
Feliz por saber que ainda existem pessoas livres de qualquer tipo de preconceito, sejam eles raciais, religiosos ou pela orientação sexual de cada um.
Se tem algo que abomino é o preconceito, e isso é uma das coisas que, aqui em casa, tento passar para os meus filhos. Meu marido partilha da mesma opinião - por isso é que somos casados e felizes, lógico -, temos a plena certeza de que caráter está muito acima de outras qualificações.
Na escola de meu filho, desde o ano passado, tivemos inclusões de crianças cadeirantes e com deficiências auditivas e visuais. No início do ano foi feito um trabalho com as crianças, para que elas aprendessem a lidar com os novos amigos, pois nem todos tem em sua realidade uma criança "diferente" em seu convívio.
Não preciso nem dizer que a iniciativa - além de ser linda - foi um sucesso e ensinou muito, não só para os pequenos, como para nós adultos. Meu filho vibrava verdadeiramente a cada nova conquista de seus amigos. Um sorriso, uma fala, um reconhecimento.
Aprendeu a não julgar e, o melhor de tudo - e que considero o mais importante -, aprendeu a tratá-los normalmente, como trata a todas as outras crianças. Brinca, ri,  se diverte, mas também chora, bate e briga. Como fazem todas as crianças ditas normais.
Quem dera nós adultos conseguíssemos pensar assim. Tratar um amigo de infância, que depois de adulto te conta que é gay, sem olhá-lo diferente. Ou não olhar de soslaio aquela amiga sua que está muito acima do peso, bem diferente de quando eram adolescentes.
Gostaria que todas nós pensássemos como essa mãe desse blog. Que antes de pensar no que o filho vai querer, ela pensa no que o filho vai ser: se vai ser feliz, se vai ser honesto, se vai ter caráter e ser verdadeiro.
Neste blog, eles abordam todo tipo de preconceito, e conseguimos ver como é doído para quem é "diferente" viver em uma sociedade que é sigilosamente preconceituosa.
Mas o que achei mais legal é que, essa mãe, nos lembra que todo adulto já foi uma criança. E toda mãe se sensibiliza com criança. Mas nunca pensa que o "diferente" pode estar crescendo em baixo de suas asas. Seríamos muito hipócritas em achar que estamos longe disso tudo. Que um homofóbico nunca iria frequentar nossa casa, ou que um obeso nunca faria parte de nossa família.
Só quem já sofreu preconceito sabe como isso dói. E só quem acompanhou uma pessoa que ama sofrer preconceito, sabe o quão nos sentimos impotentes com isso.
Gostaria que todas lessem o blog (http://minoriaeamae.blogspot.com/2012/01/todo-adulto-gay-foi-uma-crianca-gay.html) , e pensassem: e se fosse nosso(a) filho(a)? Eu conseguiria agir assim?
Eu digo com orgulho: SIM! EU E MEU MARIDO, CONSEGUIRÍAMOS PENSAR PRIMEIRO NA FELICIDADE DE MEU FILHO. PRONTO, FALEI.
Até mais.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Protejo sim, e daí?


 BY BIA.    

Em uma conversa com minha amiga Cássia, ela disse “Vou pagar os estudos da minha filha por aqui mesmo... onde já se viu querer estudar longe? Quero ela bem perto de mim....”
Assim que ouvi o término da frase, olhei assustada para minha amiga como se tivesse ali ...ouvindo minha própria mãe falando e querendo a filha debaixo da asa. Tentei em vão, convencê-la de que ela estava atrapalhando um futuro promissor para uma menina tão inteligente... Agora já mulher...Afinal que amor era esse que estava impedindo essa menina de crescer?
Mas como a vida é cheia de paradoxos... Naquele dia mesmo, pego meu filho de cinco anos na escola e ele vem me contando seus “pequenos problemas” escolares... Eu começo a me incomodar por dentro sentindo um desejo enorme de estar sempre ao lado dele para resolver qualquer problema que possa deixá-lo constrangido....querendo protegê-lo de tudo e de todos... Pergunto então, se ele conseguiu resolver o problema. E como sempre, os filhos se viram bem melhor do que imaginamos e ele confirma que tudo no final ficou bem.
Sabe, superproteger não deve ser nada bom para os filhos. Certamente com esse intuito tiramos deles (dos filhos) a oportunidade de resolverem sozinhos seus “pequenos problemas”. Mas...para o coração das mães, superproteção é tudo de bom. Traz um conforto...... uma segurança...É como se pudéssemos privá-los de qualquer dor, qualquer sofrimento. Nos imaginamos como um “escudo humano” que nada, nenhum fragmento de nadinha, irá afetar nosso pequeno ser que provavelmente dependerá da gente o resto da vida.
É... pensando bem, o bom mesmo é ter um equilíbrio, saber até onde proteger e até onde deixar crescer. Difícil pra mim é encontrar o tal “ponto de equilíbrio”. Só mesmo escrevendo nesse blog para ver se me encontro.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Regras, para que?

O post da Bia me fez repensar alguns conceitos em minha vida.
Na verdade, eu já estava com algumas opiniões semi formadas, e agora eu tive a certeza de que algumas coisas devem mudar aqui em casa.
A família buscapé aqui, resolveu viajar dois finais de semana seguidos para a praia. Para ser mais específica, fomos para a Praia Grande.
Bom, todas sabemos que a Praia Grande é famosa por sua Grande Farofada. Nós, como bons buscapés que somos, não fizemos diferente. Entramos no clima total.
Eu e Rodrigão, antes de viajarmos, conversamos bastante para que, quando chegássemos lá, não saísse brigas. Resolvemos desencanar. Desencanar de horários, de castigos, de alimentação saudável, de disciplinas e etc.
Para quem me conhece sabe que  as coisas comigo não funcionam assim tão simples. Nas duas vezes que fomos, pegamos um trânsito digno de virada de ano. No primeiro fim de semana, levamos cinco horas para descer, e no segundo, três horas. Adivinhem quem deu trabalho? Os adultos. As crianças se divertiram até com o carro parado. Mais uma prova de temos muito o que aprender com os pequenos. E no segundo fim de semana, foi chuva sem parar - o grande estigma voltou.
Passado isso, o fim de semana foi simplesmente MARAVILHOSO. As crianças se esbaldaram, mergulharam, correram, se empanaram e comeram muita tranqueira - e ninguém passou mal, o que é melhor.
Sempre que estamos voltando de um passeio ou uma viagem, no carro, eu pergunto para o Rodrigão:
_E então, qual o balanço do passeio?
E aí, fazemos uma recapitulação com os prós, contras e as notas para sabermos se vale ou não a pena voltar para aquele lugar.
A nota para essas viagens foram dez. E a conclusão que chegamos é que foi um sucesso porque conseguimos se desapegar das regras. Tivemos que disciplinar e dar umas bronquinhas, claro, mas nada que chegasse a estressar a gente.
Consegui curtir meus filhos, como há muito tempo não curtia. Brincamos na areia, pulamos onda, e nos entupimos de sorvete.
Trouxe essa experiência para minha casa. Estou me disciplinando em aproveitar mais os momentos com meus pequenos, deixando eles fazerem um pouco mais de bagunça, ou um pouco mais de barulho. O resultado está sendo mais que positivo. Pedrão entende mais que em alguns momentos ele tem que parar para escovar dentes, para tomar banho e até para dormir. Alice está mais calma e ao mesmo tempo, mais sorridente.
Cheguei a conclusão de que precisamos muito das regras, mas precisamos mais ainda quebrá-las de vez em quando.
Valeu, Bia.
Até mais.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Post da Mamy Bia

BY BIA
Acordo cedo...E faltando exatamente quinze minutos para sair para o trabalho, meu filho Rodrigo grita por mim “mãããeeee.... vem aqui ” como sempre corro até o quarto para ver o que é. Ele ainda meio que dormindo, meio que acordado me implora sem sair da cama .... “deita comigo”. Eu poderia mentir e dizer ...”Daqui a pouco eu vou” e sair bem de mansinho, como já fiz outras vezes.
Mas, olho para o relógio e tento negociar... “ a mamãe deita cinco minutos só.... porque tem que ir trabalhar” .
Mas nesses cinco minutos deitada, esperando ele pegar no sono de novo, me lembro do Blog da Bruna e do texto que ela escreveu sobre chantagem. Fiquei pensando... por que será que a chantagem é algo tão ruim assim ?
E como se fosse um filme na minha cabeça me lembrei da minha infância cercada pelas regras de um “regime militar” dentro de casa. E que tinha como pano de fundo uma época de Ditadura no país todo, afinal nasci na década de setenta. Mas que não demorou muito para que eu crescesse e tivesse a consciência de que também existia a anistia, a liberdade de expressão, a revolução sexual e o feminismo... Conhecer as músicas de Chico Buarque de Holanda, ler poemas de Millôr Fernandes e se encantar com o feminismo de Simone de Beauvoir certamente me fizeram ser uma pessoa com um pensamento voltado para a liberdade e para a verdade.
Foi aí que tudo fez sentido pra mim.... O que é a chantagem senão uma mentira??
Então cheguei à conclusão que é para isso que serve nosso blog. Para tentarmos ser mães mais verdadeiras, mais transparentes.Tentando criar filhos mais independentes, com mais consciência da vida, com menos medo, com bem menos mentiras...
De vez em quando a gente “tropeça” e volta pro “regime militar”, mas depois se ergue e começa a refletir tudo de novo.
Olhei novamente para o Rodrigo. Ele já estava dormindo. Dei um beijo em seu rosto angelical e fui trabalhar.