quinta-feira, 14 de março de 2013

Homeopatia....para quem?

Mais uma das histórias que entrarão para o livro do "Coisas que só acontecem com a Bruna".
Bom, para quem conhece a minha pequena Alice, sabe o quanto ela é brava. Ela adora dar broncas, apontar dedinhos e controlar toda a situação com um bom castigo. Tentei de tudo para aliviar essa braveza, mas não consegui, então achei que, de repente, a homeopatia seria uma opção legal para tratar isso de uma maneira menos agressiva.
Lá vou eu com minha pequerrucha na homeopata. Comecei a descrever o gênio da Lilica e enquanto eu falava, a médica a observava brincando no canto do consultório. A Alice costuma chorar quando vai ao médico. Chorar mesmo, no maior estilo Maria do Bairro - aliás, personagem que deve ter sido inspirada na minha filha -, fazendo escândalos, se jogando no chão e gritando para o mundo ouvir. Falei isso à médica também.
Não preciso nem dizer que nesse dia, um anjo calmo e tranquilo jogou seu pozinho mágico nela, e a Alice ficou um doce. Nada das brincadeira de colocar bonecas no castigo. Nesse dia, ela fazia bolinho e dava mamadeiras. A médica me lançava olhares um tanto quanto questionadores para mim. Então pensei comigo: "Rá! Quero só ver na hora de examinar. É tirar a roupa e o escândalo começar" . É. Só que não. Nesse dia, ela cooperou tanto, que tirou a roupa sozinha para ajudar a pobre médica. Minha vontade era dar um beliscão escondido nela, só para começar a chorar. Mas me contive, claro.
A médica a examinou, enchendo a Lilica de elogios, e vez ou outra me lançando olhares do tipo: Como assim? Eu fingi que não entendi.
Aí, chegou a hora do veredicto. Nos sentamos e o anjo Lilica continuou sua papinha para as bonecas. Segue as palavras da médica:
_Então...veja só...a personalidade que você me diz, não condiz com a garotinha que vejo. O que demonstra, para mim, que ela só te imita - pausa para minha reação. - Eu olho para ela, e vejo uma mini você. Ela tem os trejeitos iguais aos seus, até a entonação da voz é igual - mais uma pausa para minha reação. Eu só respirei. - Sabe, eu acho que você deveria se acalmar mais. Talvez você esteja um pouco estressada e está ficando tão nervosa que acaba gritando muito, sobrecarregando as crianças com castigos e ainda as deixando bravas também.
Foi então que não aguentei. Desabafei para a mulher. Falei poucas e boas, dizendo que não é fácil ter essa vida louca que temos, que uma hora a gente surta. É claro que eu sei que minha filha me imita. Eu vejo isso. Mas também, não é para tanto. Na minha cabeça, o único pensamento que aparecia é: por que a Jullyane e a Isa não são assim? A Ronyse é muito mais brava que eu!
Só que o meu surto, só acabou por confirmar tudo o que a médica dizia. E assim que eu acabei de falar, ela só levantou as sobrancelhas e me olhou penalizada. Fiquei quieta, peguei as receitas e guias, ajudei a Lilica a guardar os brinquedos e fui embora. Mas de cabeça erguida.
Acho que vou começar a fazer um tratamento homeopático.
Até mais.