terça-feira, 24 de julho de 2012

Objeto da discórdia.

Mais uma vez as férias estão se acabando. Posso dizer que dessa vez a criançada aqui em casa se divertiu. Teve passeios, amigos em casa - vários ao mesmo tempo -, amigos dormindo em casa, dormir na casa do amigo, parques, zoológicos e dias de ócio. Teve semana que eu achei que ia explodir de tanta coisa que fizemos. Simplesmente delicioso. Trabalhoso, mas delicioso.
Mas como sempre, tivemos um objeto da discórdia. Sabe aquele objeto que faz com que toda uma brincadeira se acabe? Ou toda a harmonia de um dia desapareça? Pois é. E esse objeto se chama vídeo game.
Antes que algumas das mamys tentem me lembrar do quanto eu rezava para que o Pedrão tomasse gosto pelo vídeo game, eu já aviso: sim, eu me arrependo disso.
Antes do vídeo game entrar em minha vida, eu não sabia o quanto uma criança parada na frente da televisão me incomodava. Na verdade incomodar não é a palavra certa, isso me mata aos poucos por dentro.
Teve um dia, uma segunda-feira, que amanheceu um frio daqueles que a gente não tem nem coragem de tirar o pijama. Nós levantamos, pegamos uma coberta, e ficamos sentados, brincando em baixo de uma mantinha quentinha e fofa. Até que surgiu a ideia: chega de filminho e brincadeira, quero jogar vídeo game. Pronto. Já me incomodou. Ninguém mais conversa, ninguém mais fala, ninguém mais brinca. Pedrão começa a jogar e esquece do mundo. Ele me irrita e acaba irritando a Alice, pois ela perde a atenção de seu amigo e companheiro. Não sosseguei até que ele parasse.
Comecei a reparar que ele está até desaprendendo a brincar. Isso mesmo. Não consegue mais criar brincadeiras legais porque só quer ficar mendigando horas e minutos com seu amado vídeo game. Fica emburrado, e fala que está triste pelos cantos da casa, porque eu não deixo ele fazer nada. É mole?
Eu sei que a gente precisa ter uma válvula de escape, alguma coisa que prenda muito a atenção da criança para certas horas que precisamos fazer algo que para eles é chato. Mas eu gostaria de controlar mais isso. Sinto que já está virando um vício, e isso me deu medo.
Fazendo uma autoanalise bem crítica, descobri que eu gosto de ter filhos agitados. Gosto de ver minha casa cheia de crianças, correndo para lá e para cá, eu tendo que gritar para ser ouvida e depois ter que dar banho com bucha natural para tirar a sujeira da criançada. Gosto de me deitar na cama esgotada, pensar que não tive tempo para nada pois só corri atrás de criança do dia todo. Gosto de ver que, quando eles pegam no sono, dormem torto, babam e roncam de tão cansados que ficaram. Quando acabo o dia desse jeito, fecho os olhos e tenho a sensação de dever cumprido. As crianças foram alimentadas, trocadas, limpas e desgastadas por brincadeiras sadias.
Estou impondo uma rotina severa agora em relação ao vídeo game. Ele só pode ser usado uma hora por dia. Já está dando o que falar e rolando vários choros intensos. Mas eu estou determinada, e somente um resultado negativo me fará voltar atrás. Espero que eu esteja certa e tudo volte a ser como antes.
Atá mais.