sábado, 12 de maio de 2012

Obrigado.

Obrigado, mãe.
Obrigado por aguentar minhas estripulias, minhas desobediências, minhas respostas mal educadas e minhas brincadeiras sem noção.
Obrigado por me acordar todo dia no horário certo, fazer comida nutritiva - mesmo que seja horrível -, me dar água para não desidratar e me fazer comer três porções de frutas todo dia.
Obrigado por me ajudar com os deveres de casa, sentando ao meu lado, me explicando com a maior paciência do mundo e ao invés de bater com o lápis na minha cabeça, apenas tamborilar com os dedos na mesa.
Obrigado por me ensinar brincadeiras super diferentes como pega-pega e mãe da rua, e por me dar aquele X-Box super legal com Kinect e três jogos lançamento.
Obrigado por não me beijar na frente da escola - porque é mico e ponto - e me dar dinheiro para comprar lanche da cantina.
Obrigado por cuidar de mim quando fico doente, me dar remédios - mesmo quando faço escândalos para tomar -, me levar ao médico e por ficar ao meu lado o tempo todo me dando carinho.
Obrigado por me ensinar a fazer xixi e cocô no banheiro, fazendo com que me livrasse daquele treco horrível que ficava o dia todo me incomodando. Obrigado por me perdoar por, nesse período, ter escapado xixi na sua cama, no sofá e naquele tapete novo e caro da sala.
Obrigado por dar aqueles beijinhos mágicos em meus machucados que os faz sarar em minutos, e por me consolar quando choro só porque estou com sono.
Obrigado por ter me amamentado com seu leitinho tão gostoso e que me deixou tão forte, fazendo que eu não só não sentisse fome, mas também me sentisse amado e protegido.
Obrigado por levantar todas as noites para me alimentar, trocar ou só para me cobrir, e nunca reclamar ou fazer cara feia.
Obrigado por deixar que eu ficasse dentro de sua barriga por quarenta semanas, fazendo você ficar gorda, andando esquisito e toda inchada, e mesmo assim te ver feliz.
Obrigado por escolher, entre tantas crianças que precisam de um anjo da guarda, ser o meu anjo particular, e fazer sua função com tanto amor, desempenho e dedicação.
Obrigado, simplesmente, por me deixar ser seu filho.
Mãe, te amo e sempre te amarei.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Você toma calmante? Não, eu só surto mesmo.

Uma amiga minha me mandou pelo facebook um trecho de uma revista dizendo que mãe que é mãe, surta. Que precisamos surtar de vez em quando para se sentir leve, sem medo, sem peso na consciência. Depois é só curtir a leveza e a sensação de bem estar.
Bom, ao ler isso vi que eu sou mais do que uma boa mãe, eu sou um exemplo. Ando surtando tanto que até já perdeu a graça, já sou pós graduada no assunto.
Às vezes lembro que, antes da Alice nascer, eu ficava nervosa, perdia a paciência, mas não era tanto quanto agora. Tudo começou na gravidez.
Do meio para o final da gravidez eu já surtava com tudo. Com marido, mãe, filho, cachorro, barulho de passarinho e por ai vai. Todo mundo me falava: "São os hormônios, depois que nascer passa."
Propaganda enganosa. Não passou. E pior, está ficando cada vez mais corriqueiro. A Alice está com dois anos. Quem já teve filho nessa idade - e já passou -, sabe do que estou falando. É a pior idade. Junte isso à um irmão quase hiperativo, e voilá: temos uma mãe completamente surtada.
Sei que isso não tá legal, mas não consigo evitar. Vou respirando, aperto o cabelo da criança, e nada. Nenhum método está fazendo efeito.
Escutei outro dia uma amiga contando que a irmã, no auge das loucuras com seus dois filhos, um dia - daqueles, lógico -, ela simplesmente gritou, fechou a porta do quarto que eles estavam e saiu para o quintal da casa tomar sol. No dia pensei: "Nossa, coitada, a situação devia estar mesmo ruim para chegar a esse ponto."
Eu estou nesse ponto.
Para ajudar, passei uma noite em claro - eu não sou ninguém quando não durmo -, acordei com sintomas de gripe e tive um dia daqueles. Fiquei contando no relógio as horas para chegar o momento de colocar todo mundo na cama e eu poder descansar. Mas então, meu marido tem a brilhante ideia, de que nossos filhos deveriam ficar acordados até mais tarde. Tudo bem, pensei comigo, meia hora a mais não irá me matar.
O que eu não sabia, é que essa meia hora a mais iria deixá-los completamente ligados na tomada. Pegaram o maior fogo. Nada os acalmava. Quando os coloquei na cama, o quarto virou um picadeiro de circo. Cada um fazendo sua palhaçada de um lado do cômodo. Eles gargalhavam, gritavam, jogavam cobertor. E eu, chorava, gritava e surtava no quarto ao lado. A meia hora se tornou quase duas horas.
Até que não deu mais. Apaguei todas as luzes, deixei Pedrão no escuro - valeu, Samira - e Alice sem cói-cói. Choraram por mais ou menos quinze minutos, então fui lá, devolvi o cói-cói, acendi uma luz e gritei até dar eco:
_ESCUTEM AQUI, SE CONTINUAREM COM ESSA PALHAÇADA EU VOU APAGAR TUDO DE NOVO E VOU DORMIR NA RUA QUE É MAIS SILENCIOSO!!
Os dois me olharam com uma carinha de interrogação, se entreolharam depois e então cada um pegou seus devidos cói-cóis e viraram para o lado e dormiram.
Eu mereço? Não podiam ter dormido sem fazer tudo isso?
Agora que eu já surtei, já tenho novamente plena consciência de que logo tudo isso vai passar. Estou leve, e uma pequena sensação de bem estar está querendo me envolver. Estou chegando a conclusão que essa história de surtar, vira um vício, é melhor que tomar relaxante muscular. Vou me entregar a sensação.
Até mais.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Historinhas são legais....mas só durante o dia.

Como todas sabem, a hora de dormir aqui em casa sempre foi um momento dramático. Hoje em dia está muito melhor, mas ainda ha muito a ser ajustado.
Pedrão sempre foi o causador desses momentos insanos. Ele não dormia. Além disso, me dava um baile para começar a relaxar. Para aquelas que não sabem, depois que o Pedro nasceu, só fui saber o que era dormir uma noite inteira quando eu estava grávida da Alice. Quer dizer, mesmo assim eu não dormi uma noite inteira, pois eu tinha que levantar para fazer xixi.
Eu tentava de tudo, desde cantar musiquinhas à benzimentos express. Mas nada adiantava. 
Com a Alice já foi tudo diferente. Ela dorme super bem. Desde vinte dias de vida, já não acordava mais para mamar no meio da noite. Mas agora ela está grandinha - com dois anos -, e está aprendendo com seu ídolo a brigar com o sono. Os dois dormem no mesmo quarto, então é só colocá-los na cama para começar a bagunça. 
Já tentei de tudo. Filminho antes de dormir, mamadeira quentinha, reza do terço e historinhas. 
Ah, as historinhas! 
É unânime, todos os programas relacionados à dicas de maternidade falam para a mãe ler uma historinha antes de dormir para a criança acalmar. Parece lindo na TV. A criança, em apenas dois dias, já sabe que depois da historinha irá dormir, então ela presta a atenção no tema e depois se entrega ao sono tranquila. 
Aqui em casa - lógico - foi completamente diferente. 
A escola do Pedrão tem um projeto - Projeto Leitura Solidária -, onde as crianças trazem para a casa um livro no fim de semana para lerem com a família. Vi nisso uma oportunidade. Eu teria livros diferentes para ler e tentar acalmá-los antes de dormir. Certo? Errado.
Eu já havia lido alguns livros que eu mesma havia comprado, e não tinha dado certo, por isso achei que eu não sabia escolher a história adequada para o momento. Mas mesmo com todas as opções que a escola manda - e olha que são livros bem legais -, a coisa não funcionou.
O último livro - com o título "Onde está meu travesseiro?" - tinha o tema sugestivo demais, estava perfeito demais. Pois ele foi o que mais surtiu o efeito contrário. Foi só eu começar a ler que o quarto virou uma batalha campal. A cada folha lida, minha voz tinha que subir uma oitava para que eu mesma me escutasse. Passou dos limites. Desisti por completo. Fechei o livro, dei um grito do tipo surtado, cobri a criançada e fui tomar um banho bem relaxante. 
Meus filhos adoram livros, eles ficam horas vendo, virando as páginas, imaginando e curtindo. Mas isso fica lindo durante o dia. Á noite, pelo menos por enquanto, quero distância de livros infantis. 
Viva a leitura diurna em família.