sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Achei a luz no fim do túnel.

Eu estava lendo alguns posts antigos meus, e comecei a relembrar da época que a Lilica nasceu. Na verdade, o que me lembrei mesmo foi do perrengue que eu passava para cuidar de um bebezinho e um menino mega ativo e ciumento.
Não foi nada fácil. E eu não estou falando da canseira, dessa vez. Canseira, se você for pensar, é bem fácil de lidar. Você descansa - fácil assim, né?! -, em alguma hora do dia a gente sempre arruma um minuto para dar um respirada. Nem que essa respirada seja pequena e acabe logo. Mesmo assim, essa ainda é a parte fácil. Pelo menos para mim.
Eu limpava casa, dava de mamá, limpava mais um pouco, trocava fralda, fazia comida, brincava de monstro, continuava a comida, jogava bola, fazia todo mundo comer e voltava a cuidar de tudo de novo. Um ciclo contínuo e desgastante. Mas o que sempre me judiou, que me deixava acabada e esgotada mesmo, era ver meu primeiro amorzinho, meu príncipe, meu pequerrucho Pedrão, sofrendo por ciúmes. E ele sofria. Ele olhava para irmãzinha, adorando e idolatrando aquela coisinha que já se encantava somente com sua voz, e queria brincar e fazer alguma coisa com ela. Mas ela só sabia olhar para ele. Aí ele olhava para mim, querendo brincar e fazer alguma coisa comigo. Mas ele só podia olhar, pois eu estava cuidando daquele serzinho pequenino e com alto poder de persuasão com seu choro.
É duro para nós, mães, que amamos todos os filhos igualmente, ver um deles sofrer por uma escolha nossa.
E a cada dia que passava, a cada conquista nova da Alice, Pedrão sofria mais com todas as atenções voltadas à ela, e para ele só sobravam as broncas e a frase: _Você já é grande, pode fazer isso sozinho, não é? E lá ia ele, desanimado, mostrar que ainda tinha um pouco de dignidade em seus cinco anos de vida.
Mas, como tudo na vida, a gente sempre alcança a luz no fim do túnel. Depois de tanto sofrimento, tantos problemas e encanações, os dias de calmaria chegaram. Agora que a Lilica está com dois anos - olha só, que mocinha -, os dois interagem e brincam juntos. Eles se divertem, correm, brincam, brigam e tomam bronca juntos. Tudo por igual. Pedrão é uma nova criança. Compreensivo, paciente e carinhoso. Nem dá para acreditar.
Hoje em dia consigo fazer almoço, olhando os dois brincando quietinhos - vocês entendem o quietinho que estou dizendo, não é?! -, e limpar a casa está voltando a ser um evento normal, como antigamente, aos poucos.
Estou falando isso, por que vejo algumas das mamys passando o perrengue que eu passava, e eu sinto agonia. Agonia por saber exatamente qual é a sensação que temos quando isso acontece. Mas gente, isso passa. Ciúmes, eu sei, é para vida inteira, mas as coisas melhoram e se acalmam de uma tal forma, que as vezes me sinto protagonista das propagandas de margarina. É só respirar, entoar um mantra, e aguentar mais um pouquinho. Os pequenos irão se curtir e se amar como a gente sempre sonhou.
Assim esperamos, para a vida inteira.
Até mais.