terça-feira, 22 de maio de 2012

O resultado chegou, e foi ótimo.

Domingo foi um dia especial para Pedrão - e para mim, claro.
Nosso dia começou como todos os outros. Vídeo game, família unida, broncas, gritarias, risadas e tudo o que é relacionado à uma família em um dia de ócio.
Mas no fim da tarde, fui levar Rodrigão para trabalhar - sim, ele foi trabalhar e, sim, ele estava irritado com isso - e quando voltei dei de cara com Pedrão, Alice e Vovó apreciando a bicicleta do Pedrão.
Ela não é nova. Ele a ganhou já faz mais de um ano. Aproveitou pra caramba a bike com rodinhas até que isso não era mais tão legal. Resolvemos tirar as rodinhas. Ele pegou rápido, mas alguém tinha que o segurar para sair e correr para fazê-lo brecar - ou então algo o brecava antes. Mas isso foi em julho do ano passado. Depois ele acabou se desinteressando, e desistiu de tentar aprimorar as técnicas da bike. Tentamos todo tipo de conversa para que ele voltasse a andar, mas nada adiantava. O mesmo tipo de agonia que sinto com relação as atividades físicas fracassadas me dominava quando tentávamos mostrar o quanto seria legal se ele pelo menos tentasse novamente subir na bicicleta.
Mas então, no domingo, ele olhou para a bicicleta e disse: Será que consigo? Foi a minha deixa. Eu disse: Clarooo que consegue, é só subir e dar impulso. E foi o que ele fez. Subiu, sem ajuda, arrumou o pedal e deu impulso. Duas pedaladas sem cair. No mesmo instante juntei bike, tonca, Pedrão, Alice e Vovó e fomos em uma pequena avenida que tem perto de casa que fica fechava para pedestres aos domingos. Foi só colocar a bike no chão e Pedrão subiu e simplesmente saiu andando. Eu dava pulos, Vovó gritava para tomar cuidado - e que eu deveria correr mais rápido, claro - e Alice seguia em direção ao irmão semi descontrolado no volante. Tudo bem, ela foi atropelada por ele, mas não foi nava grave. Quase chorei em ver a cena. Pedrão na bicicleta, sozinho, andando, brecando e fazendo curvas sem ajuda de ninguém.
Mas o que me deixou mais emocionada foi confirmar tudo o que todas vocês me disseram. Esses dias todos fiquei me controlando. Percebi que respeitar o momento das crianças é muito mais difícil do que simplesmente ser mãe. Achamos que sabemos tudo o que é bom para eles, e que sabemos tudo o que eles querem. Então acontecem essas coisas e mostram que, mais do que cuidar e se preocupar, é respeitá-los como um ser pensante. Eles são pequenos, mas tem sua personalidade e suas vontades. Isso é deixá-los crescer, como a Bia disse. Dar as opções, e respeitar se eles não as quiserem. Pode ser que agora eles não as queiram, mas daqui a pouco eles voltem atrás - não é, Ju?!
O momento da bike do Pedrão, para mim, teve um significado muito maior. Vê-lo andando agora, sozinho e livre, foi ver o quanto ele está crescido. E que talvez minha função agora tenha mudado. Eu não preciso mais só ensinar, eu preciso ensinar e indicar. Indico o caminho correto e observo. Ele vai olhar para trás, assim como na bicicleta, para se certificar de que está fazendo tudo certo, então cabe a mim fazer o positivo ou o negativo.
Para fechar a noite, fizemos um programa de mocinhos - como ele mesmo diz. Fomos assistir ao show do Titãs, com direito a gritar: Eu sou rockeiro! e tudo mais. O primeiro show de rock oficial do Pedrão. Um dia para entrar para a história de meu ex-pequeno filho. Yééééaahhhh!
Até mais.