sábado, 20 de dezembro de 2014

Férias: sim ou claro que sim?!!

Férias dos filhos: sem hora para acordar, nada de correria antes do almoço para sair no horário para a escola, brincar o dia todo, passear, amigos em casa, casa de amigos, parques, televisão à vontade, dormir tarde...
Uma delícia, não é? Quem aqui não se lembra da sensação delicinha que era o último dia de aula? Chegar da escola e já sair na rua brincar sem tirar o uniforme. Ir dormir depois das dez horas e ninguém te acordar na manhã seguinte. Seus amigos te ligando para se encontrarem para fazer nada juntos.
Quanta falta de preocupação, e quantas boas lembranças dessas épocas.
Férias para os pais: rotina que se perde, filhos não comem direito por que passam a acordar tarde e perdem o horário de tudo, correria para dar conta da casa, crianças, trabalho, comida e tudo que envolve bagunça durante um dia. Pensar em "algo novo" todo dia para que ninguém se canse da ociosidade, criar cardápios diferentes para que não fiquem enjoados da comida - nas férias acabam reparando mais no que comem -, procurar amigos aos montes para passar o dia na sua casa, fazer lanchinhos legais para toda a galera que veio brincar. Fazer mercado com filhos famintos, passear com crianças agitadas e cumprir todos os compromissos de adultos com os pequenos entediados.
Confesso que estava ansiosa pelas férias escolares, já não aguentava mais a rotina louca de almoço, deveres, provas, trabalhos. Mas havia esquecido o quanto temos que "rebolar" para arrumar programas legais e coisinhas para fazer nesses dias de nada para se fazer.
É engraçado como o contexto de férias mudou durante os anos. Na minha época, férias era rua o dia todo, amigos e mais amigos procurando o que fazer juntos. Nada de pais se telefonando - ou mandando WhatsApp - trocando ideias, abrindo as portas de suas casas e doando seu tempo para ajudar a revezar no cuidado dos pequenos. Nada disso. Antes a única preocupação que se tinha era fazer lanchinhos em momentos estratégicos - senão corria o risco de aparecer três bairros diferentes para comer um pãozinho na sua casa -, fazer almoço e jantar, e gritar do portão o nome de seu filho para que ele entrasse imediatamente.
Mas agora não temos mais esse privilégio. Somos nós, mães e pais, que temos que caçar programas diferentes, passeios e ainda pensar em alternativas baratas e até mesmo free, para dar conta de passar tantos dias com tantos compromissos. As discussões que nós tínhamos, quando criança, com os amigos sobre o que fazer e a difícil tarefa de achar algo que agradasse a todos, passou para nós, agora pais, e ficamos igual loucas trocando mensagens e telefonemas para contar e atualizar a todas a agenda do dia.
E ai de quem não fizer isso! Corre o grande risco de os filhos caírem na tentação da televisão e do nadismo em casa. E, não sei vocês, mas aqui, quando isso acontece - sim, acontece muito já que eu também tenho que dar conta da casa - a energia estagnada vira rapidamente brincadeiras eufóricas e que, quase em 100% das vezes, acabam em brigas, choro ou machucado.
No momento estou investindo em brincadeiras de quintal: pega-pega, esconde-esconde, elefantinho colorido, caça ao tesouro, etc., e explicando que nem sempre o dia tem que ser mega agitado, cheio de gente em casa ou com passeios super blaster. Até que estão compreendendo bem e, apesar das lamúrias e chororôs que acabam rolando, o dia acaba sendo bem gratificante. Percebo que eles estão aprendendo a conversar mais um com o outro, entrar em um acordo sem brigas muito importantes e descobrindo que ter irmão é ter um amigo 24 horas junto.
Se é fácil? De jeito nenhum. Mas é muito gratificante. Quatro dias dão errado, mas quando um dá certo, eu vejo que, de alguma forma, tudo vale a pena, algumas das sementinhas que plantei brotou. E isso, ahhh!, isso não tem preço para mim.
Bora curtir as férias, então!
Até mais.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Nunca mais...

Olhei para o alto do prédio e vi uma mãe, na varanda de seu apartamento, embalando seu bebê. Sua cabeça estava aninhada naquele pequeno ser que a abraçava enquanto seus olhinhos fechavam para dormir.
O primeiro pensamento que veio em minha mente foi: "Coitada, espera só ele crescer e pedir para dormir no colo. Rá!". Mas o segundo pensamento veio logo em seguida: "Ai, minha nossa, meus filhos não cabem mais no meu colo desse jeito!".
Meus filhos, meus bebês! Como é bom quando podemos segurá-los no colo, dar uma fungadinha naquele pescocinho gostoso e sentir cheirinho de leite. Não vou mais sentir isso. Não terei mais bebê. E meus filhos estão crescendo em um ritmo acelerado demais. Tão acelerado, que mal percebi que não posso mais embalá-los no meu colo. Não posso mais me arrepender em ensinar que dormir no colo é mais gostoso que dormir sozinho na cama. Não posso mais aproveitar aquele momento da troca da fralda para fazer um monte de cócegas. Não poderei mais escutar pela primeira vez a palavra Mamãe dita de um jeito que só eu sei que é essa a palavra.
Meus filhos já andam, aliás, correm por tudo, independentes e sozinhos, querendo mostrar que é muito legal fazer tudo sem ajuda e me dispensam na primeira oportunidade. No banho, na troca de roupas ou até no banheiro, eles dizem orgulhosos que não precisam mais de mim e em alguns momentos eu até me senti aliviada por isso. Vibrei com eles pelas suas conquistas e curtimos juntos cada incentivo e pedido para não desistir. Mas hoje, olhando o bebê, sinto falta da dependência deles. Sinto falta daquele olhar e da mãozinha estendida quando estão tentando dar os primeiros passos.
Ah! Os primeiros passos! Como me senti feliz em vê-los andando sozinhos! E como me deram trabalho nessa fase, desbravando tudo e querendo subir em lugares que só alpinistas profissionais conseguiriam.
Por falar em olhar, e quando começam a "reconhecer" a mãe, e nos encaram daquele jeito como se não existisse nada mais perfeito e lindo do que nós?! Eu sempre brincava nessa fase, saindo de perto, só para ver até onde me seguiriam com os olhos. É uma enxurrada de amor em apenas um olhar, sem nenhuma palavra, nenhuma ação.
Sinto falta do choro. Sim, eu sei, sou louca. Mas eu gostava de saber diferenciar os choros. Poder pegar no colo e fazer passar aquele choro de manha, ou então coloca-los deitados em meu peito para aliviar as cólicas. Rir quando a dor passava e eles me olhavam com aquela boquinha toda suja de Funchicórian.
Olhei novamente o bebê da varanda. A mãe com um semblante cansado, olheiras e o cabelo espetado para todos os lados denunciavam o motivo de estar embalando a criança para dormir. Cansaço define qualquer mãe de recém nascido. Mas o mais importante estava ali, o rostinho tranquilo daquele bebê, sentindo-se seguro e feliz por estar com a pessoa mais importante do mundo: sua mamãe.
Respirei fundo, fechei os olhos. Meus filhos cresceram e não terei mais bebês. Mas lembrei do que faremos agora: meu filho irá escolher um filme para assistir agarrado em mim comendo pipoca e minha filha quer que eu faça tranças em seu cabelo. Não irei embalá-los no meu colo, mas agora estou colhendo todo o amor que plantei nesses dois pequeninos seres. Eles ainda querem ficar no meu colo, apesar de eu não conseguir mais carrega-los, querem ficar grudados em mim e querem que eu participe de tudo o que acham legal: brincadeiras, passeios, histórias que me contam e pedem conselhos.
Realmente, nunca mais terei bebês, mas meus filhos serão eternamente crianças para mim. Mudam os cuidados e a forma como nos olham, só não muda o amor que sentimos por eles, e o reconhecimento e agradecimento silencioso que nos dão.
Não tenho bebês, tenho filhos, e isso já me completa.
Até mais.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Coisas que fiz sendo mãe.

Chegamos no Hopi Hari, uma galera comigo e com meus filhos. Fazia muito tempo que eu não ia em parques. Meu filho passou na roleta, eu passei e saímos gritando pelo parque, alegres, felizes, empolgados, e então notei que algo estava faltando.
Esqueci minha filha no carrinho, do lado de fora da parque.
A sorte que minha prima - suuuper responsável, por sinal - esperou e a pegou para passar pelo portão certo para acesso com carrinhos.
Gente...eu me empolgo um pouco em parque de diversões.

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Estava trabalhando, passei em um posto de gasolina, e comprei dois chocolates para levar para os meus filhos na hora da saída da escola. Quis fazer um agrado. Isso era duas horas da tarde.
As quatro e meia da tarde, comi todos os chocolates que comprei.
Tive que comprar pipoca na porta da escola para suprir o peso na minha consciência.

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Pego meus filhos na escola, está chovendo e eu estou de Crocs. Seguro a mão dos dois, e o Pedro começa a lutar com o ar.
_Pedro, se concentra. Você vai escorregar e cair! Para de brincadeira agora.
E então, eu escorrego no primeiro degrau de doze, e além de sair quicando até lá em baixo, levo meus dois filhos comigo.
O importante é sermos unidos, pessoal.

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Minha filha cai em casa, bate a nuca no chão e fica bobona. Começou a ficar mole e os olhinhos começaram a virar. Pânico. Total. Absurdo.
Peguei os dois - eu estava sozinha - e corri para o hospital. Chegando lá, eu aos prantos, e Alice meio acordada, meio dormindo, e Pedro....bem, lutando com o ar, sempre.
A médica me chama e, enquanto a enfermeira faz o primeiro atendimento na Alice, ela começa a questionar minha responsabilidade como mãe - afinal, eu deixei minha filha se pendurar em uma corda. Enquanto eu tentava explicar  o que havia acontecido, alguns pontinhos pretos começaram a aparecer na minha frente.
Antes da radiografia da Alice, a enfermeira teve que fazer primeiro socorros comigo.
Alice, essa hora, já estava dançando pelo hospital. Não aconteceu nada de grave.

Quem nunca, né, gente?!!!
Até mais.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Pela última vez: política. Agora chega.

Os últimos dias foram cheios de grandes acontecimentos, e por mais que estejamos até um pouco fartos do mesmo assunto, acho que não poderia deixar de comentar o que penso aqui.
Não se trata diretamente de política, mesmo por que não sou uma especialista e nem mesmo uma pessoa tão bem informada a ponto de poder passar horas discutindo sobre o assunto, se trata apenas do meu ponto de vista diante de tudo o que aconteceu.
Na minha opinião vivemos um momento histórico. Nunca se ouviu tantas discussões, pontos de vista exaltados e pessoas interessadas no momento político que estamos vivendo. Jovens levantando bandeiras, e colocando a política nas mesas de bares. Sinceramente acho isso lindo. Mostra que há esperança afinal.
Cheguei a ver crianças, da idade dos meus filhos -  e até eles mesmos -, perguntando quem era Dilma e Aécio, o que eles iriam fazer e por que teríamos que escolher um deles. Cheguei a conclusão que  nossos pequenos irão fazer o que nós, talvez, deveríamos ter feito antes: nos informar e se interessar mais para que tudo não chegasse onde chegou.
Independente de quem ganhasse, acho que eu ganhei meu mundo vendo isso. Na minha época, se comentássemos algo sobre política em alguns círculos de amizades, éramos taxados de nerds e virávamos motivo de piada por um bom tempo. Mas agora tudo isso mudou, e agora os que viram motivo de piadas são os alienados, aqueles que não se importam e não sabem de nada.
Ponto para a política e seus militantes.
Mas depois de tudo resolvido, a democracia feita, veio a parte feia e difícil de explicar. Surgiu um preconceito agressivo, palavras que não só ofendem aqueles que a recebem de maneira direta, mas ofendem toda uma evolução da humanidade. Ofendeu a mim. Ofendeu à minha família. Ofendeu à todos que não veem cor, raça, opção sexual e cidade natal.
Achei que o ser humano havia evoluído, e que escravidão era apenas algo a ser contado em aulas de história para meus filhos. Mas me peguei explicando como o preconceito começou, e como ainda algumas pessoas ainda os tem. Meus filhos, graças a Deus, são bem resolvidos e não tem nenhum tipo de preconceito e não convivem com nenhum tipo de discriminação, por isso, foi muito difícil para eles entenderem por que uma pessoa que nasce em outra cidade poderia ser tratada assim, de uma forma tão horrível.
Em questão de dias, minha admiração se transformou em revolta. Revolta por um país que, apesar de bater no peito e dizer que deseja acabar com a corrupção e com governantes sem caráter, resolve que democracia só é justa quando o resultado é o que ele quer e deseja. E quando isso não acontece, ele aponta o dedo para o outro, acusando-o apenas de ter feito sua escolha.
Meu orgulho pelos brasileiros, se transformou em pena. E agora, só nos resta colocar as mãos nos ombros de nossos filhos e dizer:
_Está vendo, filho, nunca faça de uma eleição, da democracia, uma desculpa para mostrar sua ignorância.
Até mais.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Pequena Diva.

É engraçado como o destino ás vezes chega a ser irônico, não é?!
Sempre quis ser mãe. Sempre tive o sonho de ter uma família margarina, sabe? Marido amigão, filhos felizes e eu sempre sorridente. Se eu disser que não consegui isso estaria mentindo. Claro que nem sempre são rosas, mas no geral, não tenho do que reclamar. Gosto da minha vida e de tudo o que aconteceu nela.
Toda vez que tentava me imaginar mãe, a primeira imagem que me vinha à cabeça era eu com um lindo bebê no colo. E esse bebê era sempre um menino. Por isso, quando fiquei grávida, já sabia que seria um menino. Dito e feito. Veio meu Pedrão. Lindo, arteiro, moleque e muito meigo. Um filho muito fácil de se criar.
E então, tivemos outro filho. Claro que na minha cabeça, seria outro menino. Quem me conhece sabe que tenho todo perfil de mãe de menino: prática, sempre sem maquiagem, não consigo ficar muito tempo sentada e até hoje não sei qual é a graça em brincar com bonecas.
Mas Deus não quis assim. E lá em cima, o que me esperava era uma linda princesa. Alice trouxe, literalmente, o mundo cor de rosa para minha vida. Assim como o Pedrão é o típico moleque, Alice é a típica princesa cheia de frescura.
E é então que vem a parte interessante da história - pelo menos para mim, claro.
Desde que nasceu, Alice nunca me viu passar maquiagem diariamente. Ela nunca me flagrou trocando mil vezes de roupa, mesmo porque só passei por isso em minha adolescência. Só usei salto duas vezes desde que ela nasceu. Adoro ficar com roupas de ginástica, e sair de tênis casual é o meu maior prazer.
E, no entanto, suas atitudes com apenas quatro anos, é de surpreender.
Essa semana ela teve febre na escola - febrão mesmo, quase quarenta graus -, então fui busca-la e a trouxe para casa. Assim que chegamos, ela foi para o quarto, os olhinhos lacrimejantes por causa da gripe e a carinha abatida, pegou TRÊS vestidos e experimentou os três. E eu só fiquei olhando. Depois que se sentiu feliz em um deles, ela pegou seu batom, passou - de uma forma menos exagerada que o normal -, e pediu que eu arrumasse seu cabelo. Terminado tudo isso, ela foi até o sofá, ligou a TV e esperou pacientemente o termômetro marcar sua temperatura. Ela dormiu, praticamente, a tarde inteira.
Febre, sim. Diva, sempre.
Agora me falem: de onde vem isso? Eu me surpreendo com a paciência que ela tem para escolher suas roupas, mesmo que seja só para ficar em casa. Com certeza ela será aquele tipo de garota que não sai sem maquiagem e o cabelo impecável.
Deixando bem claro que eu acho isso o máximo, ok? Adoraria ser assim. Mas não sou, e com toda certeza, nunca serei. Mas fico muito feliz em ver que minha filha é assim. Eu a incentivo e só compro maquiagem de qualidade para que eu não tenha surpresas, já que ela é alérgica a quase tudo.
Adoro ter uma princesa em casa. É diferente e bem legal. Ainda estou me acostumando a ter que levar minha filha de quatro anos para escolher a própria roupa em lojas, e já estou criando métodos para que ela aprenda a dobrar e guardar suas roupas sozinha. E ela está tentando fazer com que eu passe mais maquiagem e troque o coturno por salto agulha. Quem sabe um dia, não é?!
Viva o rosa!
Até mais.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

Voltando de verdade.

Depois de um longo inverno, estou de volta. O sumiço dessa vez foi por falta de máquina mesmo, nada a ver com o dia a dia tranquilo e revigorante de mãe.
Peço desculpas a todas as mamys amigas por todo esse tempo, e espero que a volta supere as expectativas.
Durante esse período em que fiquei fora do ar, percebi muitas mudanças em minha vida. Não só em relação às crianças - o que de fato mudou muito, já que eles estão maiores e a rotina um pouco mais calma -, mas com relação à mim mesma.
Começando pela saúde. Assim que foi detectado um colesterol nas alturas e uma glicose fora do normal em mim, minha alimentação mudou. Mas quando os exames do Pedro também tiveram as mesmas alterações, foi a hora em que meu tornei completamente psicótica com relação à comida.
A alimentação aqui em casa nunca foi baseada em congelados, processados ou salgadinhos cheios de corante. Sempre tive uma preocupação com isso e meus filhos sempre foram aqueles que comiam a comidinha da mamãe nos churrascos. Até hoje não tomam refrigerante - agora até por conta de não gostarem mesmo -, e frutas são o sucesso dos lanches alternativos.
Por isso mesmo é que fiquei tão encanada ao ver meu primogênito saudável com problemas desse tipo.
De qualquer forma, comecei a me ligar ainda mais em receitas saudáveis, sem glúten e sem adição de muito açúcar. Sucos agora só os naturais, nuggets só caseiro. Fim de semana ainda dou uma liberada, mas a verdade é que depois da porcaria, as crianças querem o saudável - para o meu total e completo alívio.
Quanto à mim, já não posso dizer o mesmo. Estou aquele tipo de mãe que pede para comer espinafre, e esconde no próprio prato uma batata palha. Durante a semana consigo manter bem meus ideais, mas na sexta a coisa toda já perde o controle.
O lado bom disso tudo é que fomos quase obrigados a incluir atividades físicas intensas em nossa rotina e, tanto pais quanto filhos, aderiram à isso com prazer. Meu marido e eu estamos correndo, Pedro praticando atletismo, e Alice está no tecido acrobático.
A vida segue, claro, e tudo vai se ajeitando. Ainda sinto que estamos nos adaptando a muitas coisas, mas o progresso é visível a olho nu.
Não se preocupem, não vou me tornar aquela mãe que fará textos e mais textos criticando mães que não dão frutas e arroz integral para seus filhos. Aliás, estou bem longe de ser uma dessas perfeitas fitness. Mas acho legal trocarmos também esse tipo de experiência e, pretendo, dar algumas dicas que as próprias mamys foram me ajudando ao longo desse ano.
Espero os comentários com ansiedade e agora com muito mais posts novos.
Até mais.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Tempo para tudo.

O que estamos fazendo com nosso tempo? Vocês já pararam para pensar em como é o nosso dia?
Estamos o tempo todo olhando para o relógio, correndo de um lado para o outro, gritando para as crianças irem mais rápido. Quem nunca sentiu que o mundo inteiro girava em câmera lenta em torno de si, não sabe o que é passar nervoso de verdade.
O meu dia sempre foi calculado e cronometrado para que eu conseguisse fazer tudo: limpar casa, fazer comida, trabalhar, levar crianças na escola, ir ao mercado e brincar com os filhos. E era incrível, mas eu nunca conseguia cumprir o cronograma.
A gente começa a acordar cada vez mais cedo, e dormir cada vez mais tarde, comemos em menos tempo e nos sentamos raras vezes ao dia. A semana inteira pensando em como seria bom se o dia tivesse mais algumas horinhas.
Até que chega o fim de semana e, então, pensamos: "Ufa! Vou descansar!". Mas no fim, corremos de passeio em passeio, pensando que não vai dar tempo de brincar no parque e passear no shopping no mesmo dia. As roupas - e uniformes - não foram lavadas durante a semana pois não deu tempo, então a família adia algum passeio para colocar o que faltou em ordem para a semana ser menos estressante - e sem contratempos.
No meio dessa loucura estão as crianças. Enquanto eu corro com uma vassoura na mão e o telefone pendurado entre a orelha e o ombro, vejo os olhinhos da pequena brilhando e sua boquinha mexendo. Não dá tempo de perguntar o que ela está falando, então eu só balanço a cabeça, dou um beijo em sua bochecha, e volto a correr pela casa. Depois vem o pequeno, me puxando pela blusa e falando sem parar, fingindo que acredita que eu o estou escutando. A gota d'água chega quando vou colocar meus dois filhos no carro, e o mais velho grita para a mais nova - que vive no país das maravilhas - " Vai logo! Nós vamos atrasar a mamãe!".
Ok. Chorei quando ouvi isso.
Que tipo de mãe eu sou? Não basta eu estar tão estressada e sobrecarregada? Tenho mesmo que jogar todo esse fardo em cima de duas crianças? Eles vivem uma agonia que não é deles. Sim, por que os afazeres deles - tomar banho, escovar dentes, fazer dever, arrumar cama - eles fazem e ainda sobra tempo para que se divirtam. Sou eu quem não estou dando conta de tudo, mas fico culpando as brincadeiras e viagens ao mundo das maravilhas - ou dos super heróis - por isso.
Aposto que todas que estão lendo isso, em sua infância, pouco sabiam se seus pais estavam atrasados ou não. As cobranças eram menores, eu sei, e por isso as crianças não sentiam o peso de horários e prazos, mas nós temos que saber que os prazos são nossos, e as crianças ainda são crianças, e não tem prazo exato para que isso mude.
Reclamamos que nossos filhos, às vezes, são nervosos, ansiosos, chorões e até "grudentos", mas não conseguimos romper nossa bolha de estresse para ver que somos nós que causamos isso a eles. Eles apenas refletem aquilo que ensinamos: a vida é corrida, e não temos tempo para nada.
Penso que corremos tanto contra o tempo, que quando olharmos verdadeiramente para o relógio, será tarde. E só então iremos perceber que chegamos tarde demais na vida dos nossos próprio filhos. E aí, ah que tristeza, não tem calmante, ansiolítico ou chazinho que irá resolver.
Fiquemos atentas às crianças e não ao relógio. Pode ser que funcione, não é?
Até mais.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Experimentos caseiros.

Fizemos uma viagem semana passada e, por causa do dia agitado - dia todo em parque aquático -, as crianças chegavam no quarto de hotel e o que nós esperávamos era que elas se jogassem na cama e ficassem assistindo televisão, como costumam fazer em casa. Mas, ao invés disso, elas deitavam no chão e desenhavam em cadernos que eu levei na mala. O Pedro revezava entre desenhar e ler um mega gibi que ele mesmo comprou. 
Até aí, tudo bem, nada demais. Mas quando chegamos em casa, fazendo um balanço geral de nosso passeio, meu marido e eu percebemos que, durante aqueles dias, as crianças ficaram mais calmas - talvez o cansaço de passar o dia na água - mas também mais criativas. Conseguimos fazer alguns passeios que antes era somente um sonho para nós - como ir a restaurantes sem brinquedoteca. Era incrível mas quando chegávamos em algum lugar que eles precisariam ficar sentados esperando, Pedro já tirava seu gibizão e começava a ler, e Alice começava a rabiscar em seu pequeno caderno da Cinderela ou então brincava de anotar pedidos e fazer comidinha com palitinhos. Por incrível que pareça eu e meu marido conseguimos conversar e beber alguma coisa. 
A que associo essa mudança? Um único objeto: televisão.
Já faz um tempo que eu andava pensando em tirar a TV da rotina da casa, mas toda vez que eu pensava isso, acabava que eles se acalmavam e eu me sentia cruel em tirar algo que eles gostassem tanto. Só que a calmaria durava pouco, e era só desligar a TV para o caos começar. 
Essa viagem nos deu coragem para tentar. Como um experimento, resolvemos que essa semana - de segunda à sexta - não teria televisão depois da volta da escola. Conversamos com as crianças e explicamos os prós e contras de passar tanto tempo na frente da TV, e eles toparam o desafio - sim, sim, foi de comum acordo. 
A ideia não foi inteiramente minha, claro, estou lendo um livro que me encorajou ainda mais. Nele diz que criança tem que ser criança. Simplesmente isso. Colocamos esses pequenos na frente de uma TV e os privamos de correr, rir, descobrir coisas novas, cair, ter experiências boas e ruins. Queremos que eles fiquem antenados, mas eles são pequenos, e o tempo de se antenar vai chegar. Não precisamos nos desesperar. Criança precisa de pouca coisa para crescer saudável e feliz: um lugar para correr, andar e um pouco de imaginação. Algo tão simples que foi se perdendo com a tecnologia. 
Sempre reparei que, assim que eu desligava a televisão, meus filhos não conseguiam brincar direito. Acabava saindo brigas e o ócio tomava conta da casa. Eles mal brincavam com seus brinquedos - que não são poucos - e nem aproveitavam o quintal enorme do qual são privilegiados.
Ao mesmo tempo que eu queria dar essa oportunidade para eles - de aproveitar mais o que se tem em volta -, eu também queria curti-los mais. Por isso a regra se estendeu a todos da família, lógico. Nem adultos e nem crianças podem usar nenhum tipo de tecnologia a noite - pelo menos até eles irem dormir, claro. Não podemos mexer em celular ou computadores. 
Preciso deixar bem claro que não virei bicho grilo, nem uma hippie maluca. A televisão pode ser usada ainda, mas com muitas restrições. Pela manhã, quando acordam, eles têm o tempinho da preguiça com TV ligada. E nos fins de semana os filmes também são liberados. Ninguém é de ferro, não é? Mas a expectativa é que, naturalmente, esse tempo diminua. Quem sabe as descobertas são tantas, que a TV acaba ficando um pouco sem graça? 
Bom, hoje é quarta feira, e estamos no terceiro dia de nosso experimento. O balanço até agora é muito positivo. Já brincamos - a família inteira, juntos - de forca, jogo da velha e Stop - eu adoraaaava stop. Os dois sozinhos brincaram de piquinique em baixo da mesa e escolinha. Meu marido e eu estamos conseguindo conversar mais, ficar mais juntos e até rir mais com as bobeiras das crianças. Livros são liberados, então estou aproveitando para colocar toda minha leitura em dia e o Pedrão me acompanha. Pela manhã, eles assistem a Peppa - claaaaaro -, e logo já saem brincar no quintal. Não estão mais sentindo tanta necessidade de seguir a programação completa do Cartoon e Discovery Kids. Ainda rola uns pedidos esporádicos para ligar a TV - seria impossível acabar com um vício de um jeito tão fácil e rápido -, mas a distração é tão grande que eles mesmo esquecem sem muito alarde. 
(Enquanto escrevo isso, percebo que parece até um milagre...).
Confesso que estou adorando. Enquanto vejo eles brincando sem aquele ruído de fundo de algum programa que alguém estaria assistindo, me sinto uma verdadeira mãe. Sabe? Tipo consciência tranquila? É besteira, mas é a sensação que me dá. Não sei, mas acho que esse experimento vai acabar virando nossa rotina definitiva. Semana que vem conto o fim - ou o começo - de tudo isso. 
Até mais.  


segunda-feira, 31 de março de 2014

Recarregando energias.

Juro que estou tentando pensar em um tema legal e interessante para postar. Tem vários, claro, mas sabe quando não dá aquela liga na hora de escrever? Pois é...
Quem me conhece sabe que ultimamente minha cabeça só pensa em uma coisa: corrida. E não é a corrida que se faz para pegar criança que apronta nem nada disso. É a corrida mesmo. Esporte puro. 
Comecei a correr pela necessidade em ter algo que eu fizesse e me desligasse de tudo e todos. Um momento só meu.  Sempre gostei de academias, mas essa não era uma opção já que eu tenho dois filhos em escola particular. Caminhar é algo muito calmo para um ser como eu. Sou capaz de ficar mais estressada depois de caminhar alguns quilômetros. Por isso fui praticamente "obrigada" a correr. Demorei um pouco para engrenar e pegar gosto pela coisa, mas agora sou uma vítima da endorfina. Corro quase todos os dias, e fico até mal humorada no dia em que não vou. 
Bom, por causa disso, nos últimos meses a pergunta mais frequente para mim é: "Como você arruma tempo para correr?"
Fiquei pensando nisso e, confesso, que cheguei a ficar encanada: será que eu ando ociosa demais? Será que ando exagerando na dose?
Mas depois de muito pensar, cheguei à algumas conclusões. 
1 - Todas temos tempo para fazer algo de bom para nós mesmas. Repare: pode ser apenas um momento para ficar mexendo no celular, mas damos um jeito de parar tudo e fazer algo que nos dá prazer. Ou seja: ter tempo é relativo, vai depender de suas escolhas. 
2 - Acredito muito em fases da vida. Quando eu tinha meus filhos bebês, eu queria ficar com eles, curtir o bebê engraçadinho e participar de todas as suas descobertas. E depois de fazer tudo isso, sinceramente, eu não tinha pique para mais nenhuma descoberta, principalmente tentar descobrir quantos KM eu correria em uma tarde. 
3 - Não foi fácil criar a rotina. Depois de correr sofrido, ainda chegar em casa e cuidar de faxina e filhos mega ativos não é algo que a gente queira para o nosso dia a dia. Mas tudo pelo nosso bem estar.
Eu acordo bem cedo, e corro antes do marido sair de casa para trabalhar e das crianças acordarem. Quando chego em casa, nos primeiros vinte minutos, só tenho vontade de me jogar na cama e curtir a endorfina. Mas é claro que seria demais uma mãe de dois filhos ter tantos prazeres de uma só vez. Então é banho rapidinho e bora para a correria total. 
Mas nem as dores do pós treino e todo cansaço me fazem parar de correr. Porque durante a minha corrida eu recarrego a bateria mais importante de nosso corpo: a mente. O corpo acostuma e logo não dói mais. Mas a mente, só descansa cada vez mais. Em cada treino me recupero mais. Aí, quando volto para a rotina doida que é minha vida, volto disposta, feliz e cheia de vontade de melhorar.
Aqui em casa todo mundo me apóia, aliás, se começo a ficar rabugenta até meu filho manda eu correr. 
E vocês? Já acharam algo que recarrega a mente de vocês?
De volta a mil no blog.
Até mais.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Férias - para quem?

Genteee....as aulas voltaram. Ufa! Por isso, retomando toda a minha vida agora, inclusive o blog. Fiquei longe porque, durante essas férias, foi tudo muito complicado. Crianças eufóricas, trabalho de monte e problemas infinitos. Com tudo isso, quando eu tinha um tempinho de paz e tranquilidade, eu dormia. Mas assim que deixei os pequenos na escola hoje, até a inspiração voltou.
Não foi nada fácil conciliar férias escolares com trabalho em home office e visitas em obras. Mas, agora que tudo já passou, o que ficou foram as histórias engraçadas.
Nesse período, caíram mais dois dentes do Pedrão. Isso poderia ser só mais uma história para a fada do dente, mas aqui em casa não funciona bem assim.
Os dentes do Pedro tem certa dificuldade em cair sozinho. Na verdade eles nem ficam moles. A saga começou quando, um dia, fui escovar os dentes dele e vi que já estava nascendo os dentes de baixo. Mas os de leite ainda estavam firmes e fortes. Resolvi deixar a natureza agir. Mas quem agiu foi um colega dele que, em uma daquelas brincadeiras suuuuper calmas e delicadas de meninos, acabou dando um socão na boca dele. Deixou o dente mega mole, mas mesmo assim teve que ir ao dentista para dar uma forcinha.
Depois de meses, os dois de cima ficaram moles. Pouca coisa. Só percebi porque botei a mão e fui balançando um por um. Um dia ele chegou em casa gritando que o dente estava muuuito mole e quando fui ver, estava pendurado por um fiozinho praticamente. Adivinha? Tomou uma cabeçada. Mais uma vez teve uma ajudinha.
Ficou assim uns quatro dias. Então fomos levar a Alice tirar radiografia e, enquanto eu preenchia fichas e tudo mais, os dois ficaram brincando perto de mim na recepção - que estava lotada, claro. E então eu escuto uma gritaria.  Já pulei da cadeira para ver o que estava acontecendo e vi a Alice dançando de alegria atrás do Pedro que estava com a boca ensaguentada. Todos me olhavam perplexos nessa hora.
Mas então, aparece Pedrão - todo cheio de sangue - feliz da vida que, no meio da brincadeira, a Alice acertou um chute - isso mesmo, um chute de tênis e tudo - em sua boca e o dente caiu. Fácil assim.
Detalhe: antes de saírem gritando para mim, os dois ainda perderam alguns minutos procurando o dente no chão, pois depois do chute o dente saiu voando no maior estilo nocaute do UFC.
Saímos felizes e contentes com o dente embrulhado em um  papel e, claro, tirando um milhão de fotos.
Por essas e outras é que sobrevivi sem muitos danos cerebrais a essas férias. Agora, é só esperar o ano letivo e seus "causos" novos.
Até mais - e agora com mais frequência de novo.