sábado, 29 de setembro de 2012

Mimados...será mesmo???

_Nossa, aquela criança é mimadinha, não é? - uma fulana comenta com sua amiga.
_Ah, é sim - diz a amiga da fulana em tom de fofoca. - Também, né, é filho único.

Quem nunca ouviu, disse ou presenciou alguém fazendo esse tipo de comentário, que jogue a primeira chupeta.
Todo mundo sabe que filhos únicos são mimados, não é mesmo? ERRADO.
Claro que é apenas a minha opinião, mas ando observando essas crianças ditas mimadas e na maioria das vezes, elas não são filhas únicas.
Há uns dias atrás, em uma tarde de domingo ensolarado, resolvemos levar as crianças ao Parque da Cidade. Sabíamos que seria uma péssima ideia antes mesmo de ter a ideia em si. Mas não havia mais nada para se fazer e meus filhos estavam irritados de tanto ficar em casa.
O lugar estava abarrotado de crianças. Não tinha lugar nem para se sentar e brincar na areia. Foi então que chegou uma galerinha de crianças. Todas bem arrumadinhas, com aqueles sapatinhos cheio de frufus e as mães impecáveis. Uma das famílias, tinham três filhos. Um mais insuportável que o outro. Tentaram pegar uma pá de areia da Alice - justo da Alice - e ela, claro, não deixou. Pensem em uma criança se jogando no chão, se debatendo tanto que achei que ele estava tendo um tipo de ataque epilético, ou sei la. A Alice até foi lá e emprestou sua pazinha, impressionada com toda aquela cena.
E isso foi só o começo.
Conversando com as mães pimponas dessas crianças, descobri que TODAS elas tinham irmãos. E a maioria delas ficava longe dos filhos durante a semana, e queriam aproveitar todos os segundos junto com eles no fim de semana.
Agora vamos pensar o seguinte. Um casal resolve ter filho. Ficam tentando durante alguns meses - alguns até anos - e quando conseguem, a alegria é tão grande que parece não caber dentro deles. Nasce aquela criaturinha abençoada, que nos dá amor, atenção e nos enche de uma luz que nada no mundo substitui. Será que existe uma mãe que é capaz de não mimar seu filho?
Não estou defendendo isso. Não gosto de crianças mimadas também. Mas é tão difícil educar, que tem dias que eu tenho vontade de jogar tudo para o alto e só curtir meus pequenos. Sem restrições, sem broncas, sem chamadas de atenção. Fazer tudo o que eles querem e pronto.
Mas não posso.
Só acho que, de certa forma, é muita hipocrisia dizer que nós não mimamos nossos filhos. A gente faz de tudo para vê-los felizes. Por mais que a gente dê limites, e ensine que nem tudo na vida vem fácil, a gente também procura igual loucas um passeio legal no fim de semana para eles. Enche a casa de amiguinhos só para que eles tenham um dia diferente perto de quem eles gostam. Compra McDonald's duas vezes na semana para premiá-los por alguma atitude legal que tiveram.
O que quero dizer é que, eu acho, que antes de falarmos que uma criança é mimada, temos que saber qual sua realidade de verdade. Todo mundo já teve seu dia de mãe bobona, e nossos filhos também já tiveram - ou vão ter - o seu dia de criança mimada chata.
O importante é ensinarmos valores. Nada de rótulos. Nada de não ter limites. As crianças de hoje em dia, precisam saber que a união da família é importante, e não o dinheiro que a família ganha. Que os pais são pessoas honestas, justas e respeitam o próximo.
Eu acredito que se ensinarmos uma parte disso, qualquer crise de manha ou choro fora de hora, será completamente perdoável.
Até mais.

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Só para desestressar.

Tive dias tão estressantes, mas tão estressantes, que quase perdi minha própria identidade. Passar nervoso quando se tem dois filhos mega carentes, não é para qualquer uma.
Por isso, quando uma amiga que há muito eu não via, me convidou para tomar um café na sua casa, eu não pensei duas vezes - geralmente não consigo pensar muito quando o assunto é café.
O encontro tinha tudo para ser ótimo. Três amigas, que se conheceram por meio da profissão, trabalharam praticamente juntas - dividindo escritório, clientes e problemas - se afastaram por ocorrências da vida, e resolvem se reencontrar. Agora, todas com filhos, estabilizadas profissionalmente ou apenas mães - como eu.
Achei que ia ser ótimo. Mas na verdade, foi muito mais que isso. Rimos, fofocamos, relembramos e nos matamos de rir novamente.
Mas é claro que, eu e minha filhota, não podíamos passar tão despercebidas assim. Nada é tranquilo o suficiente quando se trata de Bruna e suas crias.
Chegamos na casa da minha amiga foférrima Letícia, e a Lilica já ficou encantada com tudo. Tinha simplesmente uma sala inteira só de brinquedos de menina. Ela nunca tinha visto tanto brinquedo cor de rosa em um mesmo ambiente. Não preciso nem dizer o quanto ela gritou, pulou e se empolgou.
Enquanto ela estava desbravando o ambiente, eu estava tentando dar umas mordidas no Matheus, filhinho de três meses da minha amiga. Ele estava simpático - no colo da mãe -, me olhando daquele jeito especulador que toda criança tem. E eu estava adorando.
Foi então que começou.
Eu tive a brilhante ideia de pegá-lo no colo - ele parecia tão familiarizado comigo. Acabei com a paz do recinto. Matheus chorou tanto, mas tanto, que posso apostar que nem quando nasceu ele chorou daquele jeito. Na fracassada tentativa de fazer com que ele parasse, a mãe saiu em busca de sua chupeta. Eu balançava o menino, ele chorava, a mãe procurava a chupeta, ele chorava, ninguém achava a chupeta  e ele continuava chorando. Passei o bebê para mãe bem a tempo de escutar a minha filha chorando. Corri para ver o que estava acontecendo e ela simplesmente estava nadando em uma pequena poça de xixi.
Fechem os olhos e imaginem a cena: casa chique, cheirosa, bebê chorando aos berros e uma menininha abaladíssima porque fez um monte de xixi no piso de madeira da tia.
Legal, né?
Ainda bem que era a fofa da Letícia. Troquei a Lilica, secamos o chão, e então achamos a chupeta - que estava no bolso da mãe. Sem comentários.
Depois de passada a vergonha, curtimos um café delicioso recheado de fofocas e coisas legais. Ufa!
Nada como limpar xixi de nossos filhos na casa dos outros. Só assim para desestressar mesmo.
Até mais.