quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Gordices maternas

Acordo de manhã, preparo as mamadeiras, ajeito a criançada e sinto minha barriga roncar. Então, me sento na mesa, e tento - só tento, pois nunca consigo - tomar um café da manhã nutritivo e reforçado. É claro que sou interrompida logo depois de dar o primeiro gole em meu café, por uma pequena disputa pela almofada amarela, ou até um lugar especial no sofá. Depois disso, são mais cinco interrupções - em média. Acabo desistindo, largo meu café e vou à luta.
Limpo casa, preparo almoço, cuido da prole. Não necessariamente nessa ordem, e não necessariamente nessa tranquilidade. Hora do almoço percebo que não comi nada a manhã inteira - nem aquela fruta que dou para as crianças todo dia. Quando penso em dar uma garfada generosa, a pequena resolve que aquela é a garfada gostosa. Perdi. Dou inteirinha para ela. O importante é a criança se alimentar. A cade dez colheradas para cada filho, eu ganho uma inteirinha só para mim.Um bônus pelo bom desempenho.
Depois que levo o filho para escola, arruma cozinha, coloco a pequena para dormir, aproveito esse momento para lavar um banheiro, ou cozinha, ou quintal - alguém consegue lavar algum ambiente da casa com uma criança de um ano e meio? -, pego a pequena que acordou, brinco e a alimento e vou buscar o mais velho na escola. Percebo, tarde demais novamente, que passei a tarde toda sem comer.
No jantar, o bônus do almoço prevalece. Pelo menos a barriga não fica totalmente vazia.
Depois disso, mais algumas brincadeiras para dar aquela canseirinha básica para o sono aparecer.
Coloco a tropa para dormir e, enfim, vem o descanso dos pais.
Bom, em casa o descanso vem junto com um milhão de gordices. Tudo o que as crianças não podem comer - chocolate, salgadinhos de isopor, amendoins, sorvetes e mais chocolates -, os adultos atacam nessa hora. É praticamente uma guerra de sobrevivência. Quem chega primeiro no armário, ganha os melhores bombons da caixa. Uma batalha sem escrúpulos. A lei do mais forte e do mais esperto.
Aí, te pergunto: Por que estou engordando tanto se passo quase o dia todo sem comer?
Culpa dos fabricantes das Gordices, que fazem essas coisas nada saudáveis, e nós mães temos que comer escondidos dos pequenos à noite. O horário que mais engorda.
Estou revoltada. O pior é que tem um brigadeiro de colher inteiro me esperando na cozinha. Ó céus! Ó vida!
Até mais.


terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Rapidinha esclarecedora.

Ontem eu estava no maior desabafo com minha prima-sobrinha-comadre, atualizando-a dos eventos febris da criançada durante a semana.
Só para constar, a Lilica começou com febrão em um dia, sem motivo nenhum. Ficou dois dias com febre - o que me fez pagar uma fortuna de consulta médica, e chegou lá esbanjando saúde.
Depois foi a vez de Pedrão. Mesma ladainha. Dois dias com febre e pronto. Acabou. Do jeito que veio, foi embora, sem maiores problemas.
Bom, contei a minha amada Karol - que não tem filhos, e é dez anos mais nova que eu - e ela simplesmente me deu uma explicação es-pe-ta-cu-lar. Até agora estou aqui pensando como eu não havia pensado nisso antes. E pior ainda, como eu pude PAGAR uma consulta sem antes ter falado com ela? Quero compartilhar isso com vocês, Mamys, para que todas saibam o que acontece com essas febres do nada que nosso filhos têm de vez em quando. Segue explicação:
"É muita energia acumulada que fez com que o metabolismo deles acelerassem, gerando a alta temperatura, resultando em febre, mas nada mais é do que excesso de energia que foi desperdiçada".
Então tá, então. Bazzinga!!
Até mais.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Eu choro, eu me acabo.

Que eu sou chorona, isso todo mundo já sabe. Mas o que ninguém sabe, é que meu caso só se agravou depois que tive meu primeiro filho, Pedrão.
Desde que ele nasceu, não consegui mais assistir a filmes tristes. Noticiário me dá agonia. Histórias de crianças sofredoras então, nem gosto de mencionar. Até aquelas propagandas das Casas Bahia de dia dos pais, dia das mães me fazem chorar as bicas.
Nas apresentações de escola do Pedrão, eu sou a sensação. Choro desde a abertura - com o berçário -, até a hora que meu pequeno entra no palco. É incontrolável. E irritante.
Ando tão irritada com essa sensibilidade a flor da pele, que comecei a analisar alguns fatos de minha vida, para ver se achava alguma coisa que me desse um fio de esperança á seguir. Algo que pudesse ter me traumatizado, ou bloqueado algo dentro de mim.
A única coisa que me vem em mente, foi o seguinte episódio.
Descobri que estava grávida. Nem vou ficar falando muito das emoções dessa descoberta, senão choro. Enfim, sai contando para todos a boa nova, feliz da vida. Um momento mágico.
Estávamos todos comemorando e ia ter uma festinha familiar dali a alguns dias. Seria perfeito para anunciar para mais alguns milhares de conhecidos que agora eu ia ser mãe.
No dia da festinha - que foi exatamente depois de dois dias de minha descoberta - , a prima da irmã da tia da esposa de meu vizinho, veio se sentar ao meu lado. Aparentemente muito feliz com o notícia que dei, claro. As aparências enganam.
Só para vocês entenderem, a conversa começou assim:
_Que bom que está grávida. Isso é ótimo! Você já teve algum sonho estranho? Sabe, minha sobrinha assim que ficou grávida, sonhava toda a noite que estava parindo um cachorro. - pausa para uma risadinha descontraída. - Você acha? Até hoje ela pensa que sua filha é peluda por causa do sonho.
Nossa. Que coisa legal para se contar para uma grávida recente.
E não parou por ai, pois depois duas amigas - do mesmo tipo de simpatia - se juntou a nós, contando histórias verídicas de crianças que nasceram com "coisas estranhas" - palavras delas, não minha - depois de terem sonhados esse tipo de coisa. Ninguém vinha me contar que a prima sonhou que o filho nasceu com a carinha do Brad Pitt, ou que o filho da sobrinha nasceu fazendo contas matemáticas.
Genteeee, para queeeee?
Depois desse dia, durante toda a minha gravidez eu criei um imã particular, que atraia somente pessoas que A-DO-RA-VAM me manter bem informada com as tragédias do mundo infantil.
Quando Pedrão nasceu, vê-lo ali, chorando, saudável foi mais do que um dia especialmente feliz. Foi quase um alívio. Assim que o peguei no colo pela primeira vez, ainda anestesiada, falei um BAHHHH para esse povinho mal amado que me atormentou durante todas esses meses.
Eu só podia ser uma pessoa extremamente sensível.
Mas ninguém precisa saber que, mais tarde, sozinha no quarto do hospital, eu contei todos os dedinhos do meu pequerrucho, só para averiguar se todos estavam realmente ali.
Até mais.