quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Passeio+criança=chantagem

Sempre tive horror à pessoas chantagistas. Sempre achei golpe baixo e um recurso para os fracos.
Bom, nem preciso dizer que é mais um item para a lista das Coisas Que A Bruna Paga A Língua. É uma chantagem do bem, super branca, mas ainda sim é chantagem.
Depois que meus filhos nasceram, eu tenho esse vício de usar qualquer coisa para, em troca, ganhar um bom comportamento, ou algumas horas de tranquilidade.
Algumas mães, quando vão fazer algum passeio especial com os filhos, acham melhor não comentar nada com eles enquanto não vêem que o passeio realmente vai acontecer. Assim evitam a ansiedade da criança e até uma futura decepção caso algo de errado.
Eu não. Eu uso o argumento desde sua criação até o momento em que ele vai acontecer. É um tal de "se você não parar, nós não vamos em tal lugar" para lá e um tal de "se você não parar não te levo na casa do fulano" para cá, que tem hora que até eu canso de ouvir tanta chantagem.
As vezes meu desespero é tão grande, que se meu marido liga dizendo que vai almoçar junto com a gente no dia eu já me agarro a isso e começo minhas barganhas.
E se caso o passeio não dê certo por motivos maiores, eu rapidamente me aproveito de alguma situação - sempre existem essas situações quando se tem um filho de cinco anos - para dizer que o passeio não vai rolar por causa desse mau comportamento.
As psicólogas dizem que isso não é bom, e para falar a verdade eu também não gosto muito. Mas é mais forte que eu. Funciona tão bem, que chega a me dar comichão.
Mas estou em treinamento. Resolvi que quero ser uma mãe melhor e mais paciente, então estou me policiando em não fazer mais chantagem. É difícil, trabalhoso e demanda muita serenidade. Mas eu sei que vou conseguir.
Meu nome é Bruna, e estou mais um dia sem fazer chantagem com meus filhos.
Até mais.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Café das crianças

Tivemos um café das Mamys diferente na sexta feira. Tivemos um café com as crianças. Foi ótimo.
As conversas mudaram um pouco de foco, e dessa vez tive que trocar experiências com os pequerruchos diretamente.
Samuca, Pedrão e João Pedro não tiveram muito tempo de conversar. Eles tinham uma linha de trem de mais ou menos 600km para montar, então ficaram bastante tempo entretidos com isso tudo.
Minhas gêmeas favoritas - elas me amam, o que eu posso fazer? - ficaram rindo e sorrindo para mim o tempo todo. Fiquei sabendo pelas expressões em seu rosto, que a Júlia e a Luiza estão deixando a mãe de cabelo em pé. Mas elas não se consideram culpadas, já que são tão lindas a ponto de derreter qualquer irritação momentânea.
Bernardo e Alice - nossa, o nome deles combinam - ficaram o dia todo se provocando. Mas em uma conversa amigável com Bernardo, percebi que há uma relação boa entre eles apesar de tudo. Suas irmãs Gigi e Rafa concordaram com isso. Já Isadora, não podia me ver. Se cruzássemos o olhar, ela chorava. Eu não ligo. Aperto as bochechas do mesmo jeito. Um dia ela vai se render aos meus apertos.
Jullyane, Julia e - depois de muito trabalhar em sua estrada - Pedrão, também não puderam conversar muito comigo, pois estavam em uma investigação de não sei o que, que estava perdido não sei onde.
No meio disso tudo, tive que dar uma pausa em minhas conversas, para fazer um lanchinho e dar um passeio no "shopping" com minha amiga Maria Helena. Uma fofa que agora me ama também.
No meio disso tudo, vez em quando, eu ia dar uma atenção para uma mulherada que estava na cozinha comendo e tomando café. Eu comi também, e tomei - muito - café, e enquanto fazia isso percebi uma coisa que todas as mães tinham em comum. Todas estavam tremendamente cansadas. Exaustas. Esgotadas.
A frase do dia, sem dúvida, foi: Estou tããão cansada!!!
Era reclamação para cá, reclamação para lá. Uma que fala que não dá conta disso, e a outra que não dá conta daquilo. Parecia até que era uma competição para ver quem ficava mais cansada no fim do dia. Teve tanto desabafo, que até choramos juntas - mulheres quando se juntam, ficam emotivas, pronto-falei.
Mas o engraçado foi ver essa mulherada, depois de reclamar que não aguentavam mais as crianças e tudo mais, se juntar com a molecada e brincar, se divertindo tanto que uma ria da outra.
A gente tropeçava em criança, e depois dávamos trombadas uma na outra no meio de tanta brincadeira paralela.
Para fechar a tarde, fui obrigada a ver que, além de estar tocando o terror com os grandões, a mamys Samira ficou brincando o tempo todo com uma toquinha do Piu-piu na cabeça. Se entregou pouco à bagunça.
Ser mãe é isso. A gente cansa, reclama e diz que não aguenta. E depois que desabafa, vai curtir uma canseira junto com a patota.
Somos contraditórias, pronto-falei de novo.
Até mais.