sábado, 20 de dezembro de 2014

Férias: sim ou claro que sim?!!

Férias dos filhos: sem hora para acordar, nada de correria antes do almoço para sair no horário para a escola, brincar o dia todo, passear, amigos em casa, casa de amigos, parques, televisão à vontade, dormir tarde...
Uma delícia, não é? Quem aqui não se lembra da sensação delicinha que era o último dia de aula? Chegar da escola e já sair na rua brincar sem tirar o uniforme. Ir dormir depois das dez horas e ninguém te acordar na manhã seguinte. Seus amigos te ligando para se encontrarem para fazer nada juntos.
Quanta falta de preocupação, e quantas boas lembranças dessas épocas.
Férias para os pais: rotina que se perde, filhos não comem direito por que passam a acordar tarde e perdem o horário de tudo, correria para dar conta da casa, crianças, trabalho, comida e tudo que envolve bagunça durante um dia. Pensar em "algo novo" todo dia para que ninguém se canse da ociosidade, criar cardápios diferentes para que não fiquem enjoados da comida - nas férias acabam reparando mais no que comem -, procurar amigos aos montes para passar o dia na sua casa, fazer lanchinhos legais para toda a galera que veio brincar. Fazer mercado com filhos famintos, passear com crianças agitadas e cumprir todos os compromissos de adultos com os pequenos entediados.
Confesso que estava ansiosa pelas férias escolares, já não aguentava mais a rotina louca de almoço, deveres, provas, trabalhos. Mas havia esquecido o quanto temos que "rebolar" para arrumar programas legais e coisinhas para fazer nesses dias de nada para se fazer.
É engraçado como o contexto de férias mudou durante os anos. Na minha época, férias era rua o dia todo, amigos e mais amigos procurando o que fazer juntos. Nada de pais se telefonando - ou mandando WhatsApp - trocando ideias, abrindo as portas de suas casas e doando seu tempo para ajudar a revezar no cuidado dos pequenos. Nada disso. Antes a única preocupação que se tinha era fazer lanchinhos em momentos estratégicos - senão corria o risco de aparecer três bairros diferentes para comer um pãozinho na sua casa -, fazer almoço e jantar, e gritar do portão o nome de seu filho para que ele entrasse imediatamente.
Mas agora não temos mais esse privilégio. Somos nós, mães e pais, que temos que caçar programas diferentes, passeios e ainda pensar em alternativas baratas e até mesmo free, para dar conta de passar tantos dias com tantos compromissos. As discussões que nós tínhamos, quando criança, com os amigos sobre o que fazer e a difícil tarefa de achar algo que agradasse a todos, passou para nós, agora pais, e ficamos igual loucas trocando mensagens e telefonemas para contar e atualizar a todas a agenda do dia.
E ai de quem não fizer isso! Corre o grande risco de os filhos caírem na tentação da televisão e do nadismo em casa. E, não sei vocês, mas aqui, quando isso acontece - sim, acontece muito já que eu também tenho que dar conta da casa - a energia estagnada vira rapidamente brincadeiras eufóricas e que, quase em 100% das vezes, acabam em brigas, choro ou machucado.
No momento estou investindo em brincadeiras de quintal: pega-pega, esconde-esconde, elefantinho colorido, caça ao tesouro, etc., e explicando que nem sempre o dia tem que ser mega agitado, cheio de gente em casa ou com passeios super blaster. Até que estão compreendendo bem e, apesar das lamúrias e chororôs que acabam rolando, o dia acaba sendo bem gratificante. Percebo que eles estão aprendendo a conversar mais um com o outro, entrar em um acordo sem brigas muito importantes e descobrindo que ter irmão é ter um amigo 24 horas junto.
Se é fácil? De jeito nenhum. Mas é muito gratificante. Quatro dias dão errado, mas quando um dá certo, eu vejo que, de alguma forma, tudo vale a pena, algumas das sementinhas que plantei brotou. E isso, ahhh!, isso não tem preço para mim.
Bora curtir as férias, então!
Até mais.