terça-feira, 28 de outubro de 2014

Pela última vez: política. Agora chega.

Os últimos dias foram cheios de grandes acontecimentos, e por mais que estejamos até um pouco fartos do mesmo assunto, acho que não poderia deixar de comentar o que penso aqui.
Não se trata diretamente de política, mesmo por que não sou uma especialista e nem mesmo uma pessoa tão bem informada a ponto de poder passar horas discutindo sobre o assunto, se trata apenas do meu ponto de vista diante de tudo o que aconteceu.
Na minha opinião vivemos um momento histórico. Nunca se ouviu tantas discussões, pontos de vista exaltados e pessoas interessadas no momento político que estamos vivendo. Jovens levantando bandeiras, e colocando a política nas mesas de bares. Sinceramente acho isso lindo. Mostra que há esperança afinal.
Cheguei a ver crianças, da idade dos meus filhos -  e até eles mesmos -, perguntando quem era Dilma e Aécio, o que eles iriam fazer e por que teríamos que escolher um deles. Cheguei a conclusão que  nossos pequenos irão fazer o que nós, talvez, deveríamos ter feito antes: nos informar e se interessar mais para que tudo não chegasse onde chegou.
Independente de quem ganhasse, acho que eu ganhei meu mundo vendo isso. Na minha época, se comentássemos algo sobre política em alguns círculos de amizades, éramos taxados de nerds e virávamos motivo de piada por um bom tempo. Mas agora tudo isso mudou, e agora os que viram motivo de piadas são os alienados, aqueles que não se importam e não sabem de nada.
Ponto para a política e seus militantes.
Mas depois de tudo resolvido, a democracia feita, veio a parte feia e difícil de explicar. Surgiu um preconceito agressivo, palavras que não só ofendem aqueles que a recebem de maneira direta, mas ofendem toda uma evolução da humanidade. Ofendeu a mim. Ofendeu à minha família. Ofendeu à todos que não veem cor, raça, opção sexual e cidade natal.
Achei que o ser humano havia evoluído, e que escravidão era apenas algo a ser contado em aulas de história para meus filhos. Mas me peguei explicando como o preconceito começou, e como ainda algumas pessoas ainda os tem. Meus filhos, graças a Deus, são bem resolvidos e não tem nenhum tipo de preconceito e não convivem com nenhum tipo de discriminação, por isso, foi muito difícil para eles entenderem por que uma pessoa que nasce em outra cidade poderia ser tratada assim, de uma forma tão horrível.
Em questão de dias, minha admiração se transformou em revolta. Revolta por um país que, apesar de bater no peito e dizer que deseja acabar com a corrupção e com governantes sem caráter, resolve que democracia só é justa quando o resultado é o que ele quer e deseja. E quando isso não acontece, ele aponta o dedo para o outro, acusando-o apenas de ter feito sua escolha.
Meu orgulho pelos brasileiros, se transformou em pena. E agora, só nos resta colocar as mãos nos ombros de nossos filhos e dizer:
_Está vendo, filho, nunca faça de uma eleição, da democracia, uma desculpa para mostrar sua ignorância.
Até mais.