sexta-feira, 20 de abril de 2012

Você tem medo de que??

Tenho que compartilhar uma coisa com todas vocês. Gente, o Pedrão, meu filho, é um medroso.
No começo eu fiquei muito preocupada, achando que havia acontecido algo com ele - que talvez não quisesse me contar - e que o deixou traumatizado, ou sei lá. Mas com o tempo, conforme fui comentando com as outras mamys, fui percebendo que nada mais é do que a famosa fase.
Minha casa tem uma área grande com árvores e muitas plantas - vulgo mato -, e sempre me orgulhei de dizer que meu filho aproveitava cada centímetro do quintal que temos. Mas ultimamente ele não chega a meio metro sozinho, quanto mais desbravar o meio do mato.
Fiz uma brinquedoteca super legal aproveitando uma edícula, pensando que seria uma opção legal para as crianças se divertirem em um lugar seguro e sem ficar nos atormentando. Mas não adiantou nada, pois ela é um pouco longe e Pedrão não sobe sozinho nem para pegar algum brinquedo.
Ultimamente, nem ao banheiro ele vai sozinho. Tenho que ficar sentada na porta conversando com ele para distraí-lo. O pior é que o banheiro que ele usa é muito próximo da minha sala, mas mesmo assim ele não suporta que eu não esteja a vista.
Mas o auge do medo foi quando, outro dia, ele me chamou para ir ao banheiro com ele. Até ai, tudo bem. Fui e me sentei na porta, como já estava acostumada a fazer, mas assim que ele sentou no vaso sanitário, a pequena Alice resolveu correr para fora de casa. Automaticamente eu me levantei e corri atrás dela, sem perceber que havia deixado para trás um Pedrão medroso sentado sozinho em um banheiro assustador - pelo menos para ele, claro.
Enquanto eu pegava a fujona da Lilica, escutei o Pedrão atrás de mim:
_Ô, mãe! Você me deixou lá sozinho!
O detalhe maior disso tudo é que ele correu do jeito que estava no vaso: de bunda de fora e com a calça nos calcanhares.
Depois desse dia, tratei o medo dele diferente. Com muita conversa e explicação, passando segurança e confiança para ele.
Aos poucos está funcionando. Ontem ele subiu três vezes na brinquedoteca sozinho e já foi duas vezes no banheiro sem companhia. Mas o principal é que agora ele não corre mais pelado pela casa. Pelo menos não por causa de medo.
Até mais.


quarta-feira, 18 de abril de 2012

Pode crescer agora, filho. Mas aqui pertinho, tá?

Hoje conversei com quatro mães diferentes, que criam diferente seus filhos, que pensam diferente umas das outras, tem estilos diferentes e que até falam diferente. Mas uma coisa todas elas têm em comum: preocupação.
Percebi hoje que a preocupação de mãe, se não for bem controlada, vira uma doença. Uma doença onde quem sofre as dores e as consequências é a criança.
Pense nesta situação: você chega em um parque com seu filho, um grupo de crianças estão brincando na areia. Seu filho se aproxima e tenta pegar amizade. Uma das crianças vira para ele e diz:
_Não queremos brincar com você.
Seu filho baixa a cabeça, sai de fininho e vai brincar sozinho no balanço.
Corta o coração, não é?
Só de imaginar isso, eu já fico revoltada. Tenho vontade de ir até as crianças, passar um sermão daqueles e colocar todo mundo de castigo.
Mas não podemos. Como mães, temos que ter consciência, de que deixar nossos filhos sofrerem algumas repreensões ou desprezos, irá fazer com que ele consiga, quando adulto, enfrentar seus problemas e saber que nem tudo é um mar de rosas.
Qual mãe não gostaria que, por onde passassem, nossos filhos deixassem um rastro de flores e fãs? Que quando aparecessem todos o ovacionassem e ficassem atrás dele, como se ele fosse a pessoa mais importante presente naquele lugar? Afinal, é o nosso pequeno príncipe - ou princesa - chegando perto de seus súditos.
Mas temos que nos segurar. Temos que ponderar. Saber que é assim, sendo amado em um lugar e nem tão amado em outro, que irá fazer com que eles tentem melhorar, aprendam a lidar com as dificuldades.
Uma vez eu li uma frase, que ficou gravada em meu subconsciente, que me faz pensar todos os dias em tentar melhorar em alguns aspectos. Me fez ver que nós temos que ter nossos pequenos em baixo de nossas asas, mas também temos que saber a hora de ir afrouxando o abraço.
A frase era a seguinte:
"O principal objetivo dos pais, é tornarem-se desnecessários."
Acho que isso basta.
Até mais.

domingo, 15 de abril de 2012

Os dias de cão se acabaram.

Que a mulher é forte, é muito mais resistente à dor, é mais decidida e menos medrosa todos já sabem. Até eu sabia. Mas o que eu não sabia era do poder que a mulher tem dentro de uma casa.
Não sei se vocês já perceberam, mas nossa casa não é exatamente o que é nossa família, ela é exatamente o que NÓS somos. Se estamos bem, a casa está bem. Se estamos mal, tudo fica mal.
Nosso marido levanta de manhã, em um daqueles dias que a única explicação é que ele dormiu com a bunda descoberta de tão mal humorado que está. Ele sai para trabalhar e quando volta, a gente agrada, faz uma comidinha especial, faz um chamego, uma brincadeira e pronto! Todo mundo feliz novamente.
Nossos pequenos acordam atacados, daquele jeito que a única explicação é que houve revezamento de anjos da guarda e o que está de plantão é hiper ativo. Levamos ao parque, fazemos chazinho, inventamos brincadeira e  pronto! Todo mundo feliz novamente.
Agora, nós acordamos daquele jeito, sabe, TPM e ponto - poucas explicações bastam para isso. O que acontece?
É só levantarmos da cama para uma criança tropeçar, cair e bater a cabeça. O marido, que já está pronto para trabalhar, derruba café na camisa um minuto antes de sair - atrasado. Queimamos a comida, atrasamos para pegar as crianças na escola por conta do trânsito, quebramos um copo, falta água, o bebê têm cólicas, o ferro de passar para de funcionar, chove o dia todo...
É o caos fechado em quatro paredes de nossa residência. Nem um tsunami causaria tanto estrago quanto o grito que damos na hora que cai a última gota em nosso copinho - que nesses dias é bem pequeno.
Já percebi que o dia que estou assim, é o dia que tudo acontece. Por mais que tente me controlar, às vezes, é impossível, e aí o dia se estende da pior maneira possível.
Resumo: Mãe mal humorada, filhos mal humorados, marido mal humorado.
Tento entender que somos mulheres e humanas, como todo mundo.Apesar de sermos responsáveis direta por muitas coisas, não podemos ser perfeitas. Nunca seremos.
Só podemos ser melhores. Podemos tentar, a cada dia, melhorar. Se hoje foi bom, vamos melhorar para amanhã ser ótimo, mas se hoje foi ruim, vamos melhorar para que nunca mais esse dia se repita.
Quando estou assim, achando que os dias de harmonia nunca mais vão voltar, à noite, quando coloco os pequenos para dormir, fico olhando aquelas carinhas cansadas, de olhinhos fechados, tranquilos que, provavelmente, estão sonhando com parques e brincadeiras. Parece que eles nunca serão capazes de aprontar tudo o que aprontam normalmente. Então gravo em minha memória que, por pior que seja o dia, sempre terá um minuto de tranquilidade e paz. E que, mesmo com nossos altos e baixos de humor, nossos amados dormem tranquilos e sem preocupações, sabendo que estaremos lá amanhã, para deixar tudo como estava novamente.
Nossa família agradece nosso esforço.
É o que podemos fazer. Eu acho.
Até mais.