terça-feira, 31 de julho de 2012

Tudo acabou bem? Então agora posso dar risada.

Sabe aquele tipo de situação que é preocupante, perigosa e até pode levar à morte, e que depois que acaba - e tudo está bem, claro - a gente lembra e não consegue parar de rir? Bom, esse tipo de coisa acontece quase sempre comigo, mas esse acontecimento serve até de alerta para quem tem filhos com uma pitada de terrorismo no sangue.
Era um dia normal, como todos os outros. Corrido, insano e estressante. Manhã agitada, crianças atacadas e eu contando os minutos para poder levar Pedrão na escola e ter pelo menos um pouquinho de tranquilidade. Levei Pedrão na escola, Alice dormiu um pouco, arrumei a casa e quando vi, já estava atrasada para pega-lo de novo - as horas voam quando estamos tranquilas. A ida para buscá-lo foi sossegada. Alice foi o caminho todo cantando musiquinha e batendo palmas. Adorou pegar o Tatão e levá-lo até o carro de mãos dadas e tudo mais.
Até que eu, a mãe, resolvo colocá-la de volta em sua cadeirinha - um abuso de minha parte. Se alguém tivesse soltado uma granada dentro do meu carro, não teria feito tanto barulho quanto essa pequenina estava fazendo ao lutar contra minhas forças. Eu tentava prendê-la, e ela escorregava e gritava. Quando consegui passar o cinto, ela já estava inteira vermelha de tanto chorar e de tanta raiva. Mas ficou sentada. Torta e com um braço solto, mas ficou.
Comecei a andar com o carro e, claro, peguei o maior trânsito já registrado na cidade de Jundiaí. Demorei mais de quinze minutos para chegar até o viaduto da Ponte São João. Para quem não conhece esse viaduto, ele é duas mãos, uma mão que vai e outra que vem. Um carro de cada lado. Se o carro quebrar ou tiver que parar ali, todo mundo pára junto. Pois é. Eu parei o viaduto. Assim que meu carro chegou no pico do viaduto - para não ter chance de sair dali -, a Alice consegue se soltar e cai no assoalho do carro. Começa a pular, gritar e subir no encosto do banco da frente. Eu tentava controlar a situação de onde eu estava, mas quando vi que ela estava prestes a cair de cabeça no chão, não pensei duas vezes. Parei o carro, desci correndo, fui até o lado da porta dela - ela senta do lado oposto ao meu -, gritei, puxei e apertei ela de novo em sua cadeirinha até ela ficar vermelha novamente. Fechei a porta, dei saudações com o dedo do meio para todos que estavam buzinando e voltei a dirigir.
Ela parecia ter se convencido de que não poderia sair dali, pois ficou quietinha. Não se ouvia mais sua voz. Não se ouvia mais choro. Respirei fundo e apreciei o silêncio. De repente escuto Pedrão:
_Mãe, olha a Alice. Acho que é perigoso.
Olhei esperando ver ela com o dedo no nariz ou sei lá. Mas ela estava com meio corpo para fora, pendurada no vidro que ela mesma abriu e completamente solta do cinto que ela mesma escapou. Peeeeeeeeeeeensa em uma loka saindo do carro - com ele ainda andando -, no meio da rua, tirando uma garotinha pela janela que já estava quase saindo sozinha? Pois é, minha gente. E ela ainda ficou chorando e gritando porque queria andar daquele jeito no carro. Ainda bem que eu já estava perto de casa. Assim que parei o carro, eu chorei. Acho que fiquei um pouco nervosa e estressada. Sei lá.
Ou talvez eu só tenha ficado chateada com um senhorzinho que, enquanto eu tirava a Alice da janela, gritou para mim: _Mãe relaxada, não sabe para que serve o cinto de segurança??!!!
Acho que preciso de férias.
Até mais.

domingo, 29 de julho de 2012

Aprecie o morango. Sempre.

Sexta-feira fomos no Hopi Hari. Uma galerinha das boas nos acompanhou. Para variar foi super divertido, mega engraçado e blaster cansativo. Mas Hopi Hari é sempre Hopi Hari, eu me acabo e deixo todo mundo que está comigo acabado também - inclusive as crianças.
Mas dessa vez algo foi diferente para mim. Eu fiquei dividida. O dia todo, o tempo todo. Vou explicar. A Alice foi junto - claro -, e ela não pode ir em quase nenhum brinquedo pois não tem o tamanho que é permitido no parque. O Pedrão, pelo contrário, já pode ir em quase todos e ainda adora os mais radicais - que no dia não estavam funcionando, uma pena para ele. Então...com quem eu vou e em qual brinquedo? Para agradar o Pedrão, eu deixava a Alice com uma das mamys que estavam junto, para agradar a Alice, eu deixava o Pedrão com uma das mamys ou ele ia sozinho com os amigos, quando dava.
Pensando agora, nem parece tão problemático. Mas, minhas amigas, quando eu passava no brinquedo e olhava a carinha da Alice me esperando, fazendo tchauzinho e me chamando...não vou negar, meu coração ficou despedaçado. Teve horas que eu tinha vontade de ir embora e brincar o dia todo com eles na balancinha - humilde e mequetrefe - que temos aqui em casa.
Outras vezes eu me sentia uma mãe péssima por não conseguir dar conta dos dois de uma vez. Onde já se viu eu ter que desagradar a um por causa do outro? E ainda eu cedi à minha própria vontade no fim do dia, e deixei os dois com as mamys para ir na montanha russa. Pensa em uma fila demorada - ficamos vinte minutos nela - e cruel. Fique tensa, preocupada e olhando para lugar nenhum a toda hora para ter certeza de que nenhum deles estariam chorando ou coisa e tal.
No fim das contas o dia foi ótimo, claro. Pedrão amou de paixão e a Alice não para de falar no Castelo que tinha a boneca que dança e no carro do céu - mais conhecido como carrossel. Desde sexta-feira não se fala de outra coisa aqui em casa a não ser dos acontecimentos do Hopi. Só eu que fiquei pensando e preocupada com coisas desnecessárias. Para variar.
É incrível como temos o poder de estragar nossos próprios passeio com pequenas besteiras que nós mesmas colocamos em nossas cabeças de vez em quando. Por que somos assim? Ou melhor, por que EU sou assim? Deu tudo certo, todo mundo adorou - até a Kátia Fabiana gostou, vá...- mas eu fiquei me martirizando durante horas e horas à toa.
Tem uma história de um samurai que está fugindo de um leão, quando de repente cai em um precipício, mas acaba conseguindo se pendurar em um galho. Em cima, um leão esfomeado, em baixo...bem, em baixo, né?! Ele olha do lado e tem um morango nascido naquele galho. Então ele pega o morango e come, apreciando lentamente. Moral? Quando não se tem saída, aprecie o morango. Aprecie o momento.
É o que vou tentar, a partir de agora, fazer. Se eu tivesse apenas apreciado o morango na sexta-feira, teria aproveitado um pouco mais. Com certeza.
Até mais.