Natália Simão
Nutricionista
CRN³ 32368
Com a correria do dia a dia, afim de ganhar
tempo na cozinha, passamos a fazer uso de uma alimentação rica em produtos
industrializados, refinados, pobre em nutrientes e com substâncias químicas como
agrotóxicos, estreitando a relação com as alergias e intolerâncias
alimentares. Existem hoje cerca de 5
milhões de crianças convivendo com alergia alimentar - por volta de 40% já
sofreram uma reação grave. Sendo assim, é importante não oferecer alimentos sem
que os pais autorizem. Não sabemos se a criança apresenta algum tipo de alergia
ou intolerância!
Alergia e intolerância são comumente confundidas,
então, vamos descobrir agora como identificá-las!
As
alergias alimentares ocorrem após a ingestão de alimentos, envolvendo
mecanismos de defesa do organismo. Podem ser imediatas ou tardias. As imediatas
são de fácil identificação, pois a reação ocorre instante após a ingestão do
alimento. Sintomas como inchaço, vermelhidão e coceira surgem rapidamente.
Alergias tardias são mais difíceis de serem percebidas, pois os sintomas podem
aparecer até 4 dias após o contato com o alérgeno (substância capaz de
desencadear uma reação alérgica). Neste caso, outros tipos de anticorpos e
células do sistema imunológico (nossa defesa) podem estar envolvidos, mas os
sintomas são semelhantes. As alergias alimentares podem expressar-se como
urticárias, dermatites, rinites, sinusites, asma, e até quadros graves como
edema de glote (inchação repentina que impede a passagem do ar para os
pulmões). Os alimentos mais comumente envolvidos em reações alérgicas de ambos
os tipos são leite e seus derivados, derivados do trigo, frutos do mar,
oleaginosas, soja, milho, amendoim e ovos. Aditivos alimentares, a exemplo de
corantes amarelos e vermelhos podem também causar alergias.
As
intolerâncias alimentares são respostas fisiológicas anormais a um agente, não
sendo imunomediada. Um exemplo clássico de intolerância é a intolerância à lactose
(açúcar do leite), causada por insuficiência da enzima lactase, capaz de
digerir o carboidrato do leite em partículas que podem ser absorvidos. Diarréias
prolongadas, uso de laxantes e disbiose intestinal (desequilíbrio da flora
bacteriana intestinal) podem causar uma intolerância secundária à lactose, que
é um distúrbio temporário e de menor gravidade. Os sintomas são, em sua
maioria, gastrintestinais, como náuseas e diarréias, embora sintomas sistêmicos
possam aparecer em virtude da deterioração da saúde intestinal.
Existem
ainda reações tóxicas, causadas por substâncias presentes em alguns alimentos.
Peixes, moluscos e crustáceos, alimentos fermentados como queijos e vinhos,
assim como frutas, ao exemplo do abacaxi quando ingeridos, podem causar
alergias. Aditivos alimentares como realçadores de sabor, conservantes e
corantes artificiais também podem causar reações deste tipo.
Ao ser
estabelecido o diagnóstico da alergia alimentar, o tratamento consiste na restrição
dos alimentos responsáveis pela reação alérgica, medicamentos quando
necessário, e medidas preventivas. Não é fácil aceitar mudar a rotina alimentar
e encarar uma nova alimentação, principalmente dos itens consumidos mais
frequentemente, gerando maior resistência na substituição dos próprios, porém é
extremamente necessário.
Por
este motivo, vale sempre lembrar que um nutricionista é sempre um dos
profissionais mais indicados para ajudá-los nessas situações, caso venham a
surgir com vocês, seus filhos ou algum conhecido.
Bibliografia:
Morais F. Slow Food. Página Mundo Verde.
Disponível em:
Paschoal V et al. Alergias e intolerâncias
alimentares: chega de dúvidas sobre elas. Blog oficial VP Nutrição Funcional.
São Paulo; 2014.
Disponível em:
Paschoal V et al. Alergias alimentares. Blog
oficial VP Nutrição Funcional. São Paulo; 2012.
Disponível em:
Pereira ACS, Moura SM, Constant PBL. Alergia
alimentar: sistema imunológico e principais alimentos envolvidos. Semina:
Ciências Biológicas e da Saúde, Londrina, v. 29, n. 2, p. 189-200, jul./dez.
2008.
Disponível em: