domingo, 22 de fevereiro de 2015

Sou uma péssima mãe.

Estou aqui para pedir desculpas. Tenho sido uma péssima mãe.
Isso mesmo. Péssima.
Ando deixando meu filho mais velho tomar banho sozinho - aliás, confesso, isso já acontece a um bom tempo -, escolher suas roupas e até a me ajudar nas tarefas da casa. Ele passa aspirador uma vez por semana no seu quarto e varre uma parte do quintal. Tem a obrigação de ajudar a arrumar a mesa do almoço, tirar seu prato quando acaba de comer, e espera todos acabarem a refeição para comer a sobremesa. Ele arruma sua cama sozinho e guarda o seu pijama. Suas tarefas da escola, faz com horário predeterminado e sua rotina foi ele quem escolheu.
Quanto à minha filha, a mais nova, também ando bem relapsa. Ela tem que arrumar seus brinquedos, guardar todas as roupas que tira do armário - e olha que não são poucas -, organiza seus sapatos e sua cama. Ela também passa aspirador uma vez por semana em seu quarto e rega as plantas do jardim. Tem que ajudar o irmão a arrumar a mesa do almoço, comer sozinha e tirar seu prato também. Ela já tem dever da escola, por isso, fez sua rotina junto com a família e agora tem seus horários predeterminados, assim como seu irmão.
Alimentação é outro quesito que conta pontos negativos para mim. Não compro salgadinhos, balas, pirulitos e afins para serem consumidos durante a semana. E nos fins de semana, só libero quando não há escapatória - como aniversários ou passeios. As frutas são consumidas a tomo momento e as vezes tenho que controlar o consumo.
Estou com o péssimo hábito de controlar os horários de vídeo game, tv e tablet. E não contente por ser assim tão rigorosa, ainda invento passeios em parques ou brincadeiras no quintal.
Em um momento de bondade e benevolência, entrei em um acordo com meu marido e resolvemos pagar uma semana para eles. Mas qualquer lapso na escola - esquecer o dever, apostila, ou fazer algo de errado - não penso duas vezes e desconto toda a minha maldade diminuindo R$0,50 no total.
Vocês devem estar me julgando agora mesmo. Pensando como consigo ser assim. A resposta é que não sei. Não sei por que me tornei esse tipo de mãe.
Às vezes olho para eles - cantando enquanto passam aspirador, fingindo que a vassoura é uma espada enquanto varrem o quintal, usando o regador como chuveiro para as plantas ou até mesmo fazendo mimos de surpresa na mesa arrumada do almoço - e penso que eu tenho que mudar. Tenho que fazer algo e melhorar isso dentro de mim. Tirar essa sensação de que faço tudo errado, já que quando dou uma bronca em meu filho no shopping, todos me olham torto e me criticam aos sussurros por eu repreendê-lo daquela forma.
Acho que perdi meu auto controle, e agora saio por ai educando e polindo meus filhos para que cresçam dando valor ao trabalho e saibam que cada atitude, por mais insignificante que pareça ser, se for feita com dedicação e amor, ela pode mudar o mundo.
Vou dizer aqui a verdade: eu digo não aos meus filhos. Vários nãos. Eles me olham talvez pensando em como posso ser tão má. Mas mesmo assim, mantenho minha palavra. Já me disseram que eu sou teimosa, e isso vem para provar que quem me disse isso tem razão. Teimo em dizer não à meus filhos, e por mais que eu tente mudar isso, acabo voltando à estaca zero.
Por isso termino meu pedido de desculpas dizendo apenas que eu tento, de verdade, mas minha personalidade forte e teimosia sempre vencem. A solução que achei para tudo isso foi assumir, assim em público, que: sim! Sou uma péssima mãe.
Até mais.