quinta-feira, 10 de maio de 2012

Você toma calmante? Não, eu só surto mesmo.

Uma amiga minha me mandou pelo facebook um trecho de uma revista dizendo que mãe que é mãe, surta. Que precisamos surtar de vez em quando para se sentir leve, sem medo, sem peso na consciência. Depois é só curtir a leveza e a sensação de bem estar.
Bom, ao ler isso vi que eu sou mais do que uma boa mãe, eu sou um exemplo. Ando surtando tanto que até já perdeu a graça, já sou pós graduada no assunto.
Às vezes lembro que, antes da Alice nascer, eu ficava nervosa, perdia a paciência, mas não era tanto quanto agora. Tudo começou na gravidez.
Do meio para o final da gravidez eu já surtava com tudo. Com marido, mãe, filho, cachorro, barulho de passarinho e por ai vai. Todo mundo me falava: "São os hormônios, depois que nascer passa."
Propaganda enganosa. Não passou. E pior, está ficando cada vez mais corriqueiro. A Alice está com dois anos. Quem já teve filho nessa idade - e já passou -, sabe do que estou falando. É a pior idade. Junte isso à um irmão quase hiperativo, e voilá: temos uma mãe completamente surtada.
Sei que isso não tá legal, mas não consigo evitar. Vou respirando, aperto o cabelo da criança, e nada. Nenhum método está fazendo efeito.
Escutei outro dia uma amiga contando que a irmã, no auge das loucuras com seus dois filhos, um dia - daqueles, lógico -, ela simplesmente gritou, fechou a porta do quarto que eles estavam e saiu para o quintal da casa tomar sol. No dia pensei: "Nossa, coitada, a situação devia estar mesmo ruim para chegar a esse ponto."
Eu estou nesse ponto.
Para ajudar, passei uma noite em claro - eu não sou ninguém quando não durmo -, acordei com sintomas de gripe e tive um dia daqueles. Fiquei contando no relógio as horas para chegar o momento de colocar todo mundo na cama e eu poder descansar. Mas então, meu marido tem a brilhante ideia, de que nossos filhos deveriam ficar acordados até mais tarde. Tudo bem, pensei comigo, meia hora a mais não irá me matar.
O que eu não sabia, é que essa meia hora a mais iria deixá-los completamente ligados na tomada. Pegaram o maior fogo. Nada os acalmava. Quando os coloquei na cama, o quarto virou um picadeiro de circo. Cada um fazendo sua palhaçada de um lado do cômodo. Eles gargalhavam, gritavam, jogavam cobertor. E eu, chorava, gritava e surtava no quarto ao lado. A meia hora se tornou quase duas horas.
Até que não deu mais. Apaguei todas as luzes, deixei Pedrão no escuro - valeu, Samira - e Alice sem cói-cói. Choraram por mais ou menos quinze minutos, então fui lá, devolvi o cói-cói, acendi uma luz e gritei até dar eco:
_ESCUTEM AQUI, SE CONTINUAREM COM ESSA PALHAÇADA EU VOU APAGAR TUDO DE NOVO E VOU DORMIR NA RUA QUE É MAIS SILENCIOSO!!
Os dois me olharam com uma carinha de interrogação, se entreolharam depois e então cada um pegou seus devidos cói-cóis e viraram para o lado e dormiram.
Eu mereço? Não podiam ter dormido sem fazer tudo isso?
Agora que eu já surtei, já tenho novamente plena consciência de que logo tudo isso vai passar. Estou leve, e uma pequena sensação de bem estar está querendo me envolver. Estou chegando a conclusão que essa história de surtar, vira um vício, é melhor que tomar relaxante muscular. Vou me entregar a sensação.
Até mais.

2 comentários:

  1. kkk, pra começo de conversa o que é cói-cói????
    Eu sei bem como é estes surtos, fazer o que ????Faz parte, a mãe que nunca surtou que atire a primeira pedra...

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    1. cói cói é o paninho de dormir, sabe???hihhihi....surtar é saudadvel pra caramba....bjooo

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