domingo, 26 de fevereiro de 2012

Eu choro, eu me acabo.

Que eu sou chorona, isso todo mundo já sabe. Mas o que ninguém sabe, é que meu caso só se agravou depois que tive meu primeiro filho, Pedrão.
Desde que ele nasceu, não consegui mais assistir a filmes tristes. Noticiário me dá agonia. Histórias de crianças sofredoras então, nem gosto de mencionar. Até aquelas propagandas das Casas Bahia de dia dos pais, dia das mães me fazem chorar as bicas.
Nas apresentações de escola do Pedrão, eu sou a sensação. Choro desde a abertura - com o berçário -, até a hora que meu pequeno entra no palco. É incontrolável. E irritante.
Ando tão irritada com essa sensibilidade a flor da pele, que comecei a analisar alguns fatos de minha vida, para ver se achava alguma coisa que me desse um fio de esperança á seguir. Algo que pudesse ter me traumatizado, ou bloqueado algo dentro de mim.
A única coisa que me vem em mente, foi o seguinte episódio.
Descobri que estava grávida. Nem vou ficar falando muito das emoções dessa descoberta, senão choro. Enfim, sai contando para todos a boa nova, feliz da vida. Um momento mágico.
Estávamos todos comemorando e ia ter uma festinha familiar dali a alguns dias. Seria perfeito para anunciar para mais alguns milhares de conhecidos que agora eu ia ser mãe.
No dia da festinha - que foi exatamente depois de dois dias de minha descoberta - , a prima da irmã da tia da esposa de meu vizinho, veio se sentar ao meu lado. Aparentemente muito feliz com o notícia que dei, claro. As aparências enganam.
Só para vocês entenderem, a conversa começou assim:
_Que bom que está grávida. Isso é ótimo! Você já teve algum sonho estranho? Sabe, minha sobrinha assim que ficou grávida, sonhava toda a noite que estava parindo um cachorro. - pausa para uma risadinha descontraída. - Você acha? Até hoje ela pensa que sua filha é peluda por causa do sonho.
Nossa. Que coisa legal para se contar para uma grávida recente.
E não parou por ai, pois depois duas amigas - do mesmo tipo de simpatia - se juntou a nós, contando histórias verídicas de crianças que nasceram com "coisas estranhas" - palavras delas, não minha - depois de terem sonhados esse tipo de coisa. Ninguém vinha me contar que a prima sonhou que o filho nasceu com a carinha do Brad Pitt, ou que o filho da sobrinha nasceu fazendo contas matemáticas.
Genteeee, para queeeee?
Depois desse dia, durante toda a minha gravidez eu criei um imã particular, que atraia somente pessoas que A-DO-RA-VAM me manter bem informada com as tragédias do mundo infantil.
Quando Pedrão nasceu, vê-lo ali, chorando, saudável foi mais do que um dia especialmente feliz. Foi quase um alívio. Assim que o peguei no colo pela primeira vez, ainda anestesiada, falei um BAHHHH para esse povinho mal amado que me atormentou durante todas esses meses.
Eu só podia ser uma pessoa extremamente sensível.
Mas ninguém precisa saber que, mais tarde, sozinha no quarto do hospital, eu contei todos os dedinhos do meu pequerrucho, só para averiguar se todos estavam realmente ali.
Até mais.

6 comentários:

  1. Não vem colocar a culpa do chororô na tia da amiga da vizinha da prima. É de família ter a boca aberta hahaha!

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    1. ninguém precisar saber aqui meu código genético....hihihihihi

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  2. Atendendo seu pedido vou comentar... achei que quanto mais filho a pessoa tem mais corajosa ela fica: não, não e não... com gravidez de gêmeas fiquei muito pior em tudo: mais medrosa, mais chorona, mais irritada e muito mais fressssca! (segundo uma galera aí!!)

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    1. quem anda dizendo isso de vc???fica tranquila...não deixo mais ninguém falar...eeheheh...

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  3. Ah Brú, gente que adora pensar e falar coisa ruim tá cheio, tipo se a criança tá doente, já solta logo um nossa,eu acho que é coisa grave, mais Deus é mais, e nem ligo, agora eu choro até em desenho infantil, fazer o que somos sentimental,e quer saber no fundo acho bom ser assim...nunca ninguém disse que faz mal chorar...colocamos nossa emoção e sentimento pra fora...

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  4. Gente, eu choro, e muito! Mas descobri uma coisa, em mim estah na forma como eu recebo algo que me dizem. Quando recebia uma critica, poderia ateh ser construtiva, mas antes de entender isto pensava que estava sendo julgada, que estava realmente errada, que o culpado de ser assim era o meu pai, o meu marido. A cada dia estou tentando confiar mais em mim e em Deus, pq ele nao nos dah uma cruz mais pesada do que podemos carregar. Li agora o e-mail da Bia sobre o Nao de Eloah, nunca fui uma filha rebelde, mas nunca soube aceitar um nao de ninguem. Nunca soube trabalhar com esta reprovacao, mas agora sou mae que tem que dizer nao para meus filhos para que eles um dia aceitem um nao e digam o seu! Mas pra isto, tenho que ter confianca e conviccao mesmo achando que as vezes estou sendo muito dura. Sobre meu estado de gravida, sempre estive rodeada de pessoas positivas na familia e na igreja, e tinha uma grande amiga que dizia: Se quando visitar seu bb e ele for feio, vou dizer que ele eh diferente! Ate hoje ela ri muito pois nunca teve a chance (ahahahahha)

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