segunda-feira, 30 de abril de 2012

Eu exagero e sou feliz.

Quando tomei a decisão de parar de trabalhar fora para cuidar dos meus filhos, eu sabia que sofreria preconceitos. Tinha total certeza disso, pois eu mesma tinha esse tipo de preconceito.
Até ai, tudo bem. Não vou mentir dizendo que isso não me atinge de nenhuma forma, mas também já aprendi a lidar um pouco com esses comentários.
Mas há alguns dias, uma pessoa fez um comentário - do tipo sarcástico, que é o mais irritante -, questionando minha preocupação com meus filhos.
Eu me considero uma pessoa preocupada, nada muito absurdo, mas mesmo assim, cautelosa com muitas coisas. Como toda mãe exagero em alguns pontos, e acabo sendo relapsa em outros. Ainda acho tudo isso normal. Gosto de cuidar dos meus pequenos. Cuidar em todos os sentidos, desde dar o banho, comida, até cuidar de uma gripinha que aparece de vez em quando. Mimo em todos os sentidos que a palavra pode abranger. E sei, também, que temos que ter coerência e saber dosar tudo isso. Mas como todas as mães, vou aprendendo e sofrendo com as fases que temos que passar.
Não tenho vergonha de dizer que perco grande parte do meu tempo observando e analisando as atitudes dos meus pequenos, para assim, quem sabe, conseguir entendê-los um pouco mais. Me preocupo quando vejo meu filho de cinco anos trocando a letra R pelo L, e minha pequena falando com a língua presa. Observo com mais dedicação quando um deles para de comer feijão por um período ou quando comem demais em outro.
Eu sou assim. Era assim com meu trabalho como decoradora, e sou assim como mãe e dona de casa. Detalhista e minuciosa. Aliás, decidi me dedicar somente à educação de meus filhos para poder fazer tudo isso com muita tranquilidade, e não olhá-los pensando onde estarei amanhã.
Mas escutar que me preocupo por ter mais ou menos tempo que outras pessoas me chateiam. Escutar indiretas de que faço isso ou aquilo para meus filhos, por não ter mais nada a fazer, me deixa triste. Sempre acreditei que nenhum problema é maior ou menor que outro, o que acontece é que para cada pessoa, o problema tem uma intensidade. E acho imprescindível respeitar isso.
Junto com esse comentário, lógico que ficou a dúvida: estou exagerando? Associo a minha insegurança com o fato de que nenhuma mãe se sente absolutamente certa em sua criação com os filhos, e uma pessoa vir e jogar certas palavras no ar, para mim, só servem para mostrar que nem sempre a gente deve compartilhar o que sente. Nunca deixei de dizer minha opinião a nenhuma mãe amiga minha, acho que isso se chama troca. Mas fiquei muito chateada em saber que, quando chegou a minha vez de contar algo, não obtive a troca que tanto necessitava. E mais uma vez, por causa de minha insegurança com algumas decisões, não consegui revidar o sarcasmo da forma que deveria ter feito. Engoli e agora entalou.
Portanto, fica a dica, sintam-se seguras com suas decisões, pois quando alguém vier e quiser te atingir, você saberá dar a resposta à altura.
Até mais.

8 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é" Caetano Veloso

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  3. Bruna, outro dia ainda comentei com uma das mamys do nosso grupo sobre isto. Acho que você precisa escutar de alguém que está fazendo a coisa certa, não por admiração, mas para sua auto afirmação. Em vários momentos da vida também tive esta dúvida mas nos últimos tempos não me pesa mais, nem quando me perguntam minha profissão no consultório médico (kkkk). Então se quiser saber de mim: Você está sim fazendo a coisa certa, pois está ouvindo o seu coração!

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    1. disse tudo, sa...as vezes me sinto sem fazer nada, essas coisas da nossa cabeça...no fundo sei que faço muito, mas preciso ouvir em voz alta...estou trabalhando nisso...ehhehe...obrigada por me apoiar sempre...bjoo

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    2. Bru, li de novo e queria corrigir: Acho que voce precisa que alguém te diga que você está fazendo a coisa certa (ficou melhor). E amanhã na reunião da escola eu falo em voz alta (kkkkkkkk)!!!!

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  4. Bruna, eu queria pensar como você e a Samira... mas ainda isto é um pesadelo pra mim. Queria poder cuidar só da minha família ou assumir algum papel profissional no escritório. Me sinto meio a meio e isto não tem dado certo. Sinto que deixo à desejar aqui em casa e lá no escritório. Meio período é coisa de louco e não de quem tem privilégio. Não consigo dizer sou "dona de casa" e não consigo dizer que trabalho fora - "advogada". Pra mim sou advogada de "meia patada" pois faço tudo pela metade ou deixo pra alguém terminar algo que comecei - tudo isto em razão do tempo, do Samuel, da casa, da gravidez, etc... Mas estou me inspirando em vocês e tenho a certeza de que vou conseguir achar meu caminho. O duro é que quando estou indo por um caminho me vejo a admirar amigas que tem se resolvido profissionalmente. Ai que loucura!!! Será que é por causa da gravidez está confusão de neuronios e tantas incertezas? bjs

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    1. grávidas são completamente inconstantes...rs...é muito difícil a gente se resolver...ficamos divididas...é normal..eu tb passei por isso até tomar minha decisão...e, como pode ver, até hoje ainda tenho minhas inseguranças...mas a gente é mulher, e mulheres são guerreiras....acabamos resolvendo as coisas, mais cedo ou mais tarde...fique calma, e espere essa barriga diminuir para tomar suas novas decisões...bjooooo

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