sábado, 19 de janeiro de 2013

Melancolia clichê.

Férias. Bagunça, falta de rotina, casa cheia de criança, dormir tarde e dormir até tarde, jogar vídeo game, comer chocolate fora de hora e tempo de crescer. Isso mesmo. Tempo de crescer. É clichê, mas é verdade.
No meio dessa baderna das férias, percebemos que o Pedrão já estava ficando grande para sua mini cama. Então resolvemos comprar uma cama de verdade para ele e, automaticamente, tirar a Alice do berço e passá-la para a mini cama. Foi uma farra a mais para as férias. Escolher cama, lençol, mamãe fazer projetinho, escolher objetos novos e mudar posição dos móveis do quarto. Depois de tudo pronto e escolhido, compramos a cama e ficamos na expectativa para a chegada dela.
Quando passamos o Pedro para a caminha, ficamos com tanto medo que ele se sentisse rejeitado por ter que sair de seu berço para dar para a irmãzinha que ia nascer, que ficávamos todo dia exaltando as vantagens e a beleza de sua nova cama. Funcionou, pois ele adorou sua caminha e se sentiu super importante por não usar mais o berço.
Com a Alice, fizemos a mesma coisa, mas não com tanta ênfase, claro. Conversamos com ela, mostramos como era gostoso dormir em um cama e não no berço, compramos coberta da Barbie, lençol da Gatinha Marie, e ela estava adorando.
Então chegou o grande dia. A cama nova do Pedrão chegou, e junto com ela, reinventamos a caminha e desmontamos o berço.
Visão do pai para esse momento: "_Ufa! Um trambolhão a menos. Cama é mais fácil de arrumar de manhã, o lençol é mais barato e tem mais opção. E eu posso deitar junto com meu filho se ele acordar a noite."
Visão da mãe: "_Ahhh...minha filhinha cresceu. Já não tenho mais bebezinho em casa. Nunca mais vou ver aquela carinha fofa por entre as gradinhas do berço branquinho. Ela não vai mais me chamar para que eu vá tirá-la dali, ela simplesmente sairá sozinha e pronto. Ownnn....
Visão da criança - no caso, a Alice -: "_QUE HISTÓRIA É ESSA DE SUMIREM COM MEU BERCINHO LINDO E ACONCHEGANTE???? EU NÃO LIGO DE AINDA SER UMA BEBÊ!"
Entenderam? Ela amou a caminha com Barbies, Maries e cor de rosa para todo o lado. Mas quando chegou a noite, ela queria o bercinho de volta. Ela não ligava em ser bebê, contanto que ser bebê trouxesse seu cantinho quentinho para ela novamente.
Foi de cortar o coração. Quase sucumbi e fui montar novamente o berço. Mas como ninguém quis me ajudar, tive que continuar firme com a decisão.
Para nós, foi uma surpresa ver essa reação, principalmente partindo do princípio que com o Pedro a conversa toda que fizemos havia funcionado. Mas tem aquela de que cada um é cada um, e nessa a gente acabou vacilando e se dando mal.
De qualquer forma, agora ela já se convenceu - mas continua não amando a ideia - de que sua caminha é linda e gostosinha. E eu ainda estou trabalhando meu psicológico para passar por mais essa etapa. Não vamos ter mais filhos, então essa foi a ultima vez que tiramos um filho do berço. Chega a ser triste e me traz um pouco de melancolia.
Esse momento é clichê, eu sei, mas é impossível de me controlar. O bom disso, é que a Alice está em uma mini cama, então teremos que passar por mais uma troca futuramente. Para ela acho que não vai ser tão legal, mas para mim, serve como consolo momentâneo.
Ver os filhos crescerem é uma delícia, mas nos deixa melancólico às vezes.
Até mais.




7 comentários:

  1. Acho que nós mães, principalmente, sempre erramos quando nos deparamos com essas fases de transição. Eu sou dona de fazer isso. Ou pelo menos era. Depois de quase 4 anos de terapia com o José, percebi que quando eu perdia o chão, passava para o pequeno uma insegurança tamanha que o moleque empacava. Então o que aprendi é que por mais que doa, por mais que não se queira que as coisas mudem, por mais que sangre!!!apoiar sempre o crescimento. Putz! A gente que deu de mama, que cuidou desde pequenino, que passou sabe-se lá quantas horas com aquele corpinho perto da gente...nossa, é muito sangrante admitir que o filho é para o mundo e não para a gente. Então aprendi e hoje eu sempre tento tratar o José como uma pessoa que a cada dia que passa está indo embora...

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    1. ai, ju....é exatamente isso...a nossa insegurança mina toda a transição dos pequenos...juro, juro que tento...mas dóóóiii.....rs...saudades de vc, juli...bjoooo

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  2. Nossa chorei.... sabe pq?? Passei por isso com o Bê há uns 3 meses, em abril de 2012, as meninas ganharam cama nova, super empolgante, elas mega felizes e o Bernardo um bebezinho ainda, então nem pensar em tirá-lo do berço, que foi de geração em geração dos meus 3 filhos, mas entulhamos a cama que era das meninas no quarto de quem??? Do Bernardo é claro. E isso, com o passar dos meses foi nos incomodando, até o dia que o Jr. falou acho que está na hora do Bernardo ir para a cama e desmontarmos o berço, aí! meu coração, nossa pq só nessas horas que percebemos que nossos pequenos estão crescendo e deixando de ser nossos bebezinhos super dependentes da gente???? Então vamos lá, a mamãe aki, super forte e fazendo uma festa com as crianças vendo o papai desmonatando o berço, todos rindo e pulando....pronto falou o papai acabei, berço desmontado e cama no seu lugar, que aperto no meu coração, uma fisgada, o Bernardo e as menias pulando na cama e a festa do Bê na cama rolando e a mamãe corre para seu quarto e as lágrimas rolam, o papai vem falar comigo e fala, não acredito que vc tá chorando, mas como não sentir??? As risadas vindo do quarto ao lado, enchiam meu coração de alegria verdadeira, mas ao mesmo tempo estava sentindo o que provavelmente todas vcs já sentiram.... mas como a Jú relatou, tentei de todas as formas não passar isso para as crianças, elas estavam me vendo sorrindo e brincando com elas nesse momento tão mágico. Conclusão, ele dormiu a noite toda em sua caminha, dorme super bem e vez ou outra vem para minha cama e se aconchega do meu lado, isso me conforta o coração, pois ele ainda se sente seguro ao meu lado, e acho que isso não vai mudar pois apesar de crescermos e termos nossas vidas, e sermos do "mundo", o aconchego do lar sempre será um porto seguro.... e depois que eles saírem de casa, ah isso é outra história, que não quero sofrer agora, rsrsrs e se Deus quiser teremos os cafés e o blog para juntas passarmos por mais essa etapa. Por isso vamos aproveitar cada etapa de nossos pequenos e continuar contando e dividindo nossas histórias.... Valeu, esse post, relembrei um momento único, ou melhor triplo, pois passei por isso 3 vezes e com cada um foi único e diferente!!! Bjão a todas as mamys!

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    1. nossa, ka...é reconfortante ver que vc, que tem três vezes mais experiência que eu, sofreu do mesmo mal...rs...mas acho que o ultimo filho, a ultima tirada do berço é a que dói mais..é essa que faz a garganta doer e o sorriso sair torto....
      mas é isso aí...somos mães...e sabíamos que isso ia acontecer, não é???
      mas ainda bem que posso escrever e desabafar...e ler que não sou a unica...rs...bjoooo

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  3. Sou uma mãe mais desapegada e não sei se isto é bom ou não para meus filhos mas também nunca saberei pois não tem como voltar atrás nestes 8 anos de maternidade para fazer diferente e comparar o resultado. Quando a Maria nasceu o Francesco tinha 2 anos e eu não entendia porque ele não podia tomar banho sozinho ???? afinal JÁ tinha 2 anos, e minha mãe com toda sua sabedoria e maturidade me respondeu, porque ele AINDA tem 2 anos... Curto muito a independência deles mas como você disse Bruna, cada filho é um. O Giuseppe é mais inseguro, enquanto o Francesco enfrenta seus medos e me conta como ele lida com as situações de crescimento dele de uma forma surpreendente. Nunca saberei se é porque um é o mais velho, ou o outro teve que se virar no meio, mas acredito muito na influência genética neste caso. É um direito deles ser diferente um do outro e um dever nosso perceber e respeitar isto. Motivar mais um, incentivar mais o outro, podar o terceiro, estas coisas... Coisas que só o dia a dia com eles nos ensinam, que delícia. Pra Alice, diga ao Pedro sugerir que ele também pode deitar na cama dela pra "ler" um livro pra ela, que até a mamãe cabe lá pra cantar uma música, incentive ele a fazer propaganda da cama pra ela, ela vai se sentir mais amada ainda pelo "tato". Ah, e algumas cartelas de colantes de princesas, Marie, Moranguinho... fazem o maior sucesso na lateral da caminha! Boa sorte!!

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    1. nossa, Sá..veja que coincidência...hoje eu arrumei a caminha dela super rosa...lençol rosa, fronha Marie, edredon Barbie e florzinha enfeitando a lateral (ainda não comprei os adesivos, mas tá na lista..rs..)...então quando ela viu tudo arrumadinho, o olhinho brilhou...então falei para o Pedro ir elogiar e ficar um pouco com ela na cama dizendo o quanto aquela cama era legal..e como ele gostava dela...(e eu nem havia lido a sua resposta ainda..rs..)....eu devia ter filmado a felicidade dela ao ver seu irmãozão adorando sua cama...
      agora ela só quer ficar deitadinha na cama de menina cor de rosa...rs...(UFAAA...)
      bjoo

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  4. Estes irmãos mais velhos são sábios Bruna, e a opinião deles tem um peso danado, às vezes maior do que a nossa. Já escutei algo assim: mãe quando eu crescer vou ser grande igual ao pai (Giuseppe). E outro dia: mãe eu tô crescendo, um dia vou ser do tamanho dos manos (Maria)!!! Que bom que deu certo, que venham os novos desafios! Beijo e até amanhã.

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