quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Casa de Samira.


BY BIA.

Quando entramos na casa de alguém, fazemos uma leitura daquele momento. Daquela fração de tempo que passamos ali...
Nossos sentidos ficam apurados, nossa sensibilidade aumenta e nossas “antenas” ficam atentas tentando captar tudo o que acontece. É como se estivéssemos montando um quebra-cabeça, vamos recolhendo informações aqui e ali para visualizar melhor o funcionamento da casa. E tudo isso não foi diferente quando visitei a casa de Samira. A casa é grande e com três filhos - nada melhor do que uma casa grande, não é mesmo? -, então fiquei observando a “musicalidade” da casa: crianças correndo, brincando e até brigando. E até me deu vontade ( mínima ...mas deu ..) de ter uma “família grande” assim. As mamys lá, tomando café e orientando as crianças da melhor forma possível, para manter a harmonia durante aquelas preciosas horas. Foi quando me dei conta que eu não conseguiria de jeito nenhum administrar três filhos e uma casa grande como aquela sozinha. Com sacadas e escadas, quintal e cachorro. No mínimo, iria precisar de uma auxiliar todos os dias para as tarefas domésticas e mais uma babá para ajudar com as crianças. Comecei a achar a Samira uma vitoriosa por conseguir, além de tudo, manter a harmonia no lar e ainda conseguir criar as crianças com valores como solidariedade, companheirismo, amor.É visível que a família valoriza os estudos, o que me fez “lançar” um olhar mais apurado para as crianças. Olhei para o Guisepe e vi um futuro engenheiro. Sabe, daqueles que trabalham na NASA? Depois olhei para o Francesco e vi uma criança mais criativa. Como alguém que irá trabalhar com publicidade, com Markenting, por exemplo. E a Elena... nossa, essa eu não sei bem o que vai seguir, mas que ela se vira bem sozinha... disso eu não tenho dúvidas. Elena é daquele tipo de criança que não se intimida e vai atrás do que quer, de forma educada, como “manda” a educação do lar, consegue de forma discreta o que precisa para sobreviver ( como alimento, por exemplo). Ou quando não consegue sozinha a façanha, recorre a sua mãe e com voz baixinha solicitando auxílio. Mas de qualquer forma sabe ir atrás do que quer. Talvez Elena deveria seguir uma carreira como odontologia ou medicina. Se era para imaginar, já vi logo uma moça de cabelos longos e olhos claros com “ar superior” vestida com jaleco branco. Mas doce, de coração nobre ( afinal, está sendo criada pela Samira). Mas, independente do que serão no futuro, agora, são só crianças. Como o meu pequeno Rodrigo que também corria pela casa. Então me dei conta por que moramos num apartamento. Porque Deus faz as coisas certas. Com um “Rodrigo” numa casa dessas e mais dois irmãos, eu já teria enlouquecido.  Depois lancei meu olhar para as mamys ali todas reunidas. Que raio de cumplicidade aquela nos fazia nos encontrar com nossos pequenos? Fui lembrando dos outros encontros: uma chega e diz “Meu filho finge que lavou a mão depois que saiu do banheiro e não lavou coisa nenhuma”. A outra se surpreende: "Nossa, o seu também? Minha filha também faz isso ”, e logo vem mais mamys dizendo a mesma coisa. E aquela primeira mãe,  que achava que estava criando um “mentiroso” dentro de casa, lá bem dentro de si faz um “ufa” “meu filho é normal”. A outra mamy relata: "Minha filha não quer ir ao banheiro sozinha, diz que tem “monstro”. A outra mamy intervém: “Meu pequeno também, acho que é só atenção que querem”. E então, o que antes era caso de psicóloga, se torna um fato banal,  corriqueiro. E as mamys se acalmam. Acalmam seus corações, acalmam seus filhos. Certa vez um autor disse que um encontro nos “desloca e nos recompõe.” Imaginem então tantos encontros de mamys? Com abraços calorosos, risos, às vezes reclamações e choradeiras. Voltei feliz para o meu lar. Fazia parte de um universo feminino singular. E de uma família, que faz o possível e o impossível para ser cada vez mais feliz.

6 comentários:

  1. Lindo Bia... bem colocado.

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  2. Sem mais!!! Disse tudo e mais um pouco!
    O melhor que eu tbm sempre volto mais feliz para meu lar depois de nossos cafés!!!

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  3. Só tenho que agradecer a forma linda que a Bia descreveu o meu lar. Como eu disse a ela, às vezes me sinto tão sem foco, sem motivação e lá vem ela com a descrição que me lembrou o poema de Olavo Bilac:

    O dono de um pequeno sítio, amigo do grande poeta Olavo Bilac, abordou-o na rua:
    Sr. Bilac, estou precisando vender o meu sítio, que o Senhor bem conhece. Pode redigir o anúncio para o jornal?
    Olavo Bilac apanhou o papel e escreveu: "Vende-se encantadora propriedade, onde cantam os pássaros ao amanhecer; com extenso arvoredo, cortada por cristalinas e marejantes águas de um ribeiro. A casa banhada pelo sol nascente oferece a sombra tranqüila das tardes, na varanda".
    Meses depois, topa o poeta com o homem e pergunta-lhe se havia vendido o sítio.
    Nem penso mais nisso, disse o homem. Quando li o anúncio e percebi a maravilha que tinha! Desisti imediatamente de vender aquele paraíso!

    E vocês mammys, certamente fizeram do meu aniversário um dos meus melhores dias. Obrigada.

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  4. Parabéns para Samira! Seja uma grande ou uma pequena família...o objetivo é a felicidade!

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  5. Ahh Bia me recomponho com vc, com certeza! Só preciso de mais encontros... kkk
    Linda descrição do lar da Samira. Prabéns pelo texto. Parabéns pra Samira tb.

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