sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Você tem medo de que????

Do que você tem medo?
Essa pergunta foi lançada para as mamys, por email e por acaso, depois da Tia Fá - mais conhecida como mãe do Samuca - confessar alguns medos que ela tem. Ela fez um desabafo que rendeu um milhão de emails em resposta, com mais um monte de desabafos também. Até que uma das mamys - que eu já nem lembro qual - comentou que nossos medos não podem ser transferidos para nossos filhos.
Pensando um pouco melhor nisso, percebi que a maioria de nossos medos foram passados pelas nossas mães, ou seja, iremos passar os nossos para nossos filhos.
Um exemplo meu: eu morria de medo de escuro. Pavor mesmo. Sempre dormi no quarto com minha mãe, e a gente sempre deixava uma luz acesa - ou de um abajur ou de outro cômodo perto. Só para vocês terem ideia do tamanho desse meu medo, uma vez a energia parou no meio da madrugada, eu estava dormindo, claro, mas meu subconsciente - acho que foi ele - me avisou e na mesma hora eu acordei suando sem conseguir enxergar um palmo à minha frente.
Então, eu casei. E meu marido não consegue dormir com nenhuma luz por perto. Nem aquelas luzes pequenas de televisão, que ficam o tempo todo acesas. Pensei: e agora?
Na primeira noite, fiquei dez minutos acordada agarrado no pescoço dele. Na segunda, nem lembrei que estava no escuro. Hoje em dia, me irrita saber que tem luz acesa em algum lugar perto de mim durante a noite. Enquanto minha mãe, até hoje, não gosta de dormir sem uma luz acesa.
Sabe o que é mais engraçado nisso tudo? Minha mãe nunca chegou para mim e disse: Escuro é ruim e eu tenho medo. Até hoje ela diz que não tem medo, apenas não gosta.
Pegaram a essência da coisa?
É simples. Medo é medo. Não se controla, não se engana e não se esconde. A gente sente, e mesmo que não verbalize, mostramos que estamos sentindo. E nossos filhos o captam melhor do que qualquer outra pessoa. Por mais que a gente não queira, eles percebem nossa insegurança e acabam ficando inseguros também, e isso, mais tarde, vira medo.
Depois desses emails, comecei a reparar e lembrar como eu lido com meus medos perto das crianças. Eu nunca tentei enganá-los. Juro mesmo. Uma vez, estávamos no Hopi Hari e Pedrão queria ir na roda gigante. Eu ando em qualquer brinquedo, MENOS na roda gigante. Tenho pavor daquilo. Então eu disse para ele, que eu tinha muito medo, mas se ele queria tanto ir eu o acompanharia. Eu fui, quase tive um AVC de tanto medo, e ele ficou o tempo todo segurando minha mão e me dando força. Fomos três vezes - mãe é mãe. No fim ele me disse: Parabéns, mamãe, conseguiu enfrentar seu medo. Fofo, eu sei, mas me deu até tique nervoso depois disso.
A única conclusão a que cheguei, foi que todas temos medo de alguma coisa. E isso é bom. Nos mantém prudente e cuidadosas, desde que seja na medida correta - nada que seja em exagero faz bem. Mas o que eu acho que devemos passar para nossos filhos - já que o medo é inevitável -, é que não devemos ter vergonha de sentirmos medo. Temos que falar sobre ele, e quem sabe até tentar enfrentá-lo, mas nunca, jamais menosprezá-lo. Isso irá mostrar para nossos pequenos que estamos sendo sinceras com eles e, acima de tudo, que iremos respeitar quando eles sentirem a mesma coisa.
Com medo ou sem, o importante é a relação de confiança que iremos criar com eles e que irá ficar cada vez mais forte. E isso, na minha opinião, ajuda a qualquer um enfrentar o medo e a insegurança que for.
Acho que é isso.
Até mais.

4 comentários:

  1. Algum estudioso disse um dia que ter medo garante a sobrevivêcia. Ter medo é ter prudência. O José nunca teve medo de dormir no breu. Sempre, desde bebê eu deixava o quartinho dele bem escurinho. Eu nunca passei medo nele com relação ao escuro, homem do saco, bruxa...Um dia ele disse que era para eu deixar a luz acesa. Fiquei curiosa e perguntei porque. Ele disse que a tia disse que tem fantasma. Como explicar isso para ele se nem a bendita já viu um fantasma. Então peguei o filme do gasparzinho e coloquei para ele ver. Pronto! Problema resolvido. Agora ele acha que os fantasmas são bonzinhos e que se tiver um ruim, vai sempre ter um bonzinho! Acho que a gente tem que lidar com o medo de forma leve e natural. Temos também que demonstrar para nossos filhos os nossos medos para que eles percebam que sentir medo faz parte do ser humano e que se eles sentirem medo vão ser normais. Não podemos ficar bancando os heróis para nossos filhos porque senão eles vão sempre se achar menos seres humanos por não serem capazes.
    Acho que mostrar suas fraquezas e medos para seus filhos e lidar de maneira saudável com isso vale mais que esconder e ficar bancando o forte. Assim o filho não tem oportunidade de aprender com seu medo e como lidar com isso. A interação pai/filho tem que ser de forma verdadeira.

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    1. é isso....tudo na vida, com moderação, é bom...para o medo a mesma coisa....e mãe tem que sambar...mostrar o lado bom e ir levando numa boa...
      ahh...e sinceridade sempre com os filhotes...
      bjoooooo

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  2. Bommmm, com tantas respostas eu até perdi medo.kkkk
    Eu acho que desde que o medo não atrapalhe e atrase a convivência está bem; mas no meu caso, alguns medos estão me atrapalhando, pois estou deixando de curtir momentos que Deus tem me propiciado junto com a minha familia e amigos.Mas estou me ajudando. Leio e releio os e-mails para me fortalecer e isto tem dado certo. bjs

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    1. vc sabe que a gente te ama, né, Kátia???todo o resto é resto....

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